O governo da Nova Zelândia alcançou nesta segunda-feira (18) um princípio de acordo para endurecer a legislação sobre armas, anunciou a primeira-ministra Jacinda Ardern, poucos dias depois do ataques contra duas mesquitas que deixaram 50 mortos. Ardern disse que os detalhes das medidas serão divulgados antes de uma reunião do governo na próxima segunda-feira. Ela afirmou que o "momento de agir é agora".
A primeira-ministra também anunciou uma investigação sobre os ataques contra as mesquitas de Christchurch na sexta-feira passada (15), que provocou dúvidas sobre como o suposto autor — um supremacista branco — não foi detectado pelas agências de inteligência.
Embora os detalhes ainda precisem ser debatidos, a rapidez da decisão da Nova Zelândia provocou um impacto em todo o planeta, especialmente nos Estados Unidos, onde muitas pessoas pedem reformas há várias décadas e onde o debate ressurge após cada massacre.
— Tomamos uma decisão como governo, estamos unidos — disse a primeira-ministra neozelandesa, ao lado do vice-premier, Winston Peters.
Peters, cujo partido Nova Zelândia Primeiro era contrário às mudanças, afirmou que respalda totalmente a primeira-ministra.
— A realidade é que depois das 13h de sexta-feira nosso mundo mudou para sempre. E o mesmo acontecerá com nossas leis — disse.
Acusado não deseja advogado
O australiano acusado de assassinato pelo banho de sangue nas mesquitas de Christchurch planeja representar a si mesmo no julgamento, afirmou o advogado designado pela corte. Brenton Tarrant foi acusado por assassinato no sábado durante uma breve audiência na qual fez um gesto próprio dos supremacistas brancos.
O advogado designado pela Justiça, Richard Peters, que o representou durante a audiência preliminar, disse que o australiano, de 28 anos, "indicou que não quer um advogado".
— Ele pareceu como alguém congruente e não mentalmente incapacitado. Foi o que pareceu, ele parecia entender o que estava acontecendo — disse Peters.
O acusado gravou e transmitiu ao vivo os ataques contra as mesquitas nas redes sociais.
Um jovem de 18 anos foi acusado nesta segunda-feira por um tribunal de Christchurch de ter divulgado o vídeo transmitido pelo autor do massacre. A Justiça não autorizou a publicação do nome do jovem, que também foi acusado de ter publicado uma fotografia da mesquita de Al Noor de Christchurch com a frase "objetivo alcançado". Ele pode ser condenado a até 14 anos de prisão por cada acusação. O juiz rejeitou o pedido de libertação sob fiança do jovem, que permanecerá detido até a próxima audiência, em 8 de abril.