O jornalista americano Cody Weddle, colaborador de vários veículos de comunicação dos Estados Unidos, e o ajudante venezuelano dele, Carlos Camacho, foram presos na quarta-feira (6), em Caracas, por membros do serviço de Inteligência militar, permanecendo sob custódia por mais de 12 horas, o que motivou protestos de Washington.
"Cody Weddle foi libertado após ter sido detido pelas autoridades venezuelanas", informou o canal 10 News de Miami, acrescentando que Camacho também foi solto.
Citando a mãe do jornalista americano, Sherry Weddle, o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa (SNTP) destacou no Twitter que Cody, de 29 anos, "foi levado ao aeroporto internacional Simón Bolívar para ser deportado".
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, o relator especial para a Liberdade de Imprensa da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, Edison Lanza, e a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) exigiram a libertação dos profissionais e condenaram a detenção.
Estas prisões coincidiram com o anúncio dos Estados Unidos, nesta quarta, que revogará os vistos de 77 venezuelanos próximos ao presidente Nicolás Maduro, como parte dos esforços para tirar do poder dirigente socialista.
Mais cedo, o diretor da ONG Espaço Público, Carlos Correa, informou "que na parte da manhã a Direção de Contra-inteligência militar chegou" à residência de Weddle para realizar buscas "e o questionou sobre a cobertura que fez (em 23 de fevereiro) na fronteira".
A subsecretária americana de Estado para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Kimberly Breier, condenou a detenção de Weddle, jornalista independente que está há anos na Venezuela, onde atua para as redes de televisão ABC e CBC, e os jornais Miami Herald e The Telegraph.
"O Departamento de Estado está a par e profundamente preocupado com as informações de que outro jornalista americano foi detido na Venezuela por Maduro, que prefere reprimir a verdade no lugar de enfrentá-la (..). Ser jornalista não é crime. Exigimos sua libertação imediata e ileso", disse Breier no Twitter.
Robert Palladino, porta-voz do Departamento de Estado, deplorou no Twitter as ameaças à liberdade de expressão sob o "regime de Maduro".