O advogado que defende Cesare Battisti no Brasil, Igor Tamasauskas, emitiu uma nota neste domingo (13), após a notícia de que o italiano foi preso na Bolívia, em que afirma esperar "respeito aos direitos fundamentais" de seu cliente no desfecho do caso. Ele não pode atuar até que Battisti esteja em território nacional.
"A respeito da prisão de Cesare Batistti temos a informar que, como as notícias dão conta de que ele não se encontra no Brasil, seus advogados brasileiros não possuem habilitação legal para atuar em outra jurisdição que não a brasileira. Esperamos que o caso tenha um desfecho de respeito aos direitos fundamentais de nosso cliente", informa Tamasauskas.
Battisti estava foragido desde dezembro, quando o governo do então presidente Michel Temer decidiu pela extradição para a Itália, onde foi condenado por quatro assassinatos nos anos 1970. Os detalhes da prisão estão sendo mantidos em sigilo.
Há pouco mais de um ano, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Battisti afirmou que enviá-lo de volta à Itália equivaleria a uma sentença de morte. O ministro da Justiça, Sérgio Moro, já afirmou que quer que o italiano seja trazido ao Brasil para "entrega imediata" a seu país de origem. A Polícia Federal já havia feito ao menos 32 operações para capturar Battisti.
O italiano foi condenado à prisão perpétua pelos assassinatos de quatro pessoas no seu país: dois policiais, um açougueiro e um joalheiro. Os crimes ocorreram entre 1977 e 1979, mas ele nega as acusações. Ao Estado, ele disse que "o acusam de um homicídio que aconteceu quando não estava mais na Itália."