Retomada da alimentação, curso acelerado de mergulho, apesar do estresse de voltar à água... A operação de resgate de doze crianças e seu jovem treinador, presos há dez dias em uma caverna na Tailândia, é arriscada e vários cenários são possíveis.
- Uma saída rápida -
Os socorristas estimam que o resgate imediato nesta terça-feira é improvável, mas eles aguardam a avaliação dos médicos-mergulhadores enviados à caverna.
O primeiro passo é restabelecer a força, uma vez que as crianças não comem há dias. Mas a realimentação deve ser progressiva, porque de outro modo podem sofrer de náuseas, insistem os especialistas.
Em seguida, eles terão que ser treinados para percorrer mais de quatro quilômetros de veios estreitos, incluindo vários trechos inundados para as quais serão equipadas com cilindros de oxigênio.
"Fazer mergulho em cavernas é muito técnico e perigoso, especialmente para mergulhadores iniciantes. Por isso, pode ser melhor ajudá-los na caverna até que possam ser removidos por outros meios", analisa Anmar Mirza, coordenador da Comissão Nacional americana de Resgate Subterrâneo, entrevistado pela AFP.
Um mergulhador veterano leva seis horas para percorrer essa distância, indicaram as equipes de resgate.
- Outra saída -
As equipes de resgate detectaram vários poços na vertical da caverna. E nos últimos dias, a floresta foi desmatada perto de um deles para permitir o pouso de helicópteros em vista de uma possível evacuação por via aérea.
Mas, por enquanto, não foi provado que um desses poços esteja ligado ao trecho da caverna onde estão as crianças.
O caminho privilegiado continua sendo a entrada principal da caverna, onde especialistas, especialmente japoneses, ainda trabalham para drenar a água. Quanto mais baixo o nível de água, menos as crianças terão que percorrer com equipamento de mergulho.
No entanto, quanto mais o tempo passa, maior o risco de novas inundações nesta temporada de monções no Sudeste Asiático.
- Crianças mentalmente preparadas -
Além da condição física, o estado psicológico é crucial para a evacuação: imergir o corpo em água barrenta que se viu aumentar pouco a pouco ao seu redor não é fácil.
Especialmente desde que, como é frequentemente o caso no Sudeste Asiático, especialmente nas áreas rurais, muitos tailandeses não sabem nadar.
Nas imagens de vídeo filmadas pelas equipes de resgate na segunda-feira à noite, as crianças, bastante magras, não parecem estar em pânico.
"Eles estão mentalmente estáveis, o que é bom (...) O treinador teve a presença de espírito para mantê-los apertados uns contra os outros", o que teve um efeito tranquilizador, analisa para a AFP o mergulhador belga Ben Reymenants, envolvido nas operações de resgate.
A prática da meditação é comum neste país budista, o que também pode ter ajudado as crianças a não entrarem em pânico durante esses longos dias de espera.
* AFP