A estudante de Medicina Raynéia Gabrielle Lima, 31 anos, foi morta a tiros na noite da última segunda-feira (23) em Manágua, capital da Nicarágua. Segundo jornal Folha de S. Paulo, a morte da brasileira foi confirmada pela Embaixada do Brasil no país.
De acordo com o jornal O Globo, a Coordenadora Universitária — movimento estudantil que envolve alunos de diferentes universidades nicaraguenses — afirmou no Twitter que Raynéia voltava para casa quando seu carro foi metralhado por um grupo paramilitar.
A pernambucana, que estudava na Universidade Americana de Manágua (UAM), vivia no país há seis anos e estava terminando a residência. À Folha, os pais da jovem afirmaram que ela deveria voltar ao Brasil em breve.
A Nicarágua vive uma onda de violência desencadeada pela repressão do governo do presidente Daniel Ortega. O Parlamento aprovou na semana passada uma polêmica lei que pune com entre 15 e 20 anos de prisão os envolvidos em atividades contra o governo.
O secretário da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), Paulo Abrão, comentou que a situação na Nicarágua é "alarmante".
— Há uma escalada da violência e uma diversificação das formas de repressão. Agora há sequestros, tomada de terras, invasão de casas de madrugada. A situação da Nicarágua é alarmante e cada dia piora mais — advertiu Abrão.
Nota do governo
Em nota divulgada nesta terça-feira, o governo brasileiro manifestou indignação e exigiu que autoridades nicaraguenses mobilizem todos os esforços necessários para identificar e punir os responsáveis pelo assassinato da estudante. No texto, o governo ainda condenou “o aprofundamento da repressão, o uso desproporcional e letal da força e o emprego de grupos paramilitares em operações coordenadas pelas equipes de segurança” e repudiou a perseguição a manifestantes, estudantes e defensores dos direitos humanos.