O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu nesta segunda-feira (30) que a histórica reunião de cúpula com o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, ocorra na localidade de Panmunjom, na zona desmilitarizada que divide a península coreana.
"Vários países estão sendo considerados para o encontro, mas a Casa da Paz/Casa da Liberdade, na fronteira entre Coreia do Norte e Coreia do Sul não seria mais representativa, importante e duradoura do que um terceiro país? Apenas perguntando!", tuitou Trump sobre o encontro, previsto para junho.
A Casa da Paz na zona desmilitarizada foi onde Kim e o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, realizaram uma cúpula histórica na última sexta-feira (27) (quinta-feira no horário de Brasília).
Kim, o primeiro líder norte-coreano a pisar no Sul desde o armistício de 1953 que implementou o cessar-fogo na guerra da Coreia, caminhou ao lado de Moon até a Casa da Paz.
Quebra-cabeça
A zona desmilitarizada é, há algum tempo, considerada pela Casa Branca como uma opção possível, uma escolha que tem sido um verdadeiro quebra-cabeça para os negociadores envolvidos.
Para esse encontro, o dirigente norte-coreano se deslocou em um trem blindado, já que é sabido que ele evitar aviões, assim como faziam seus antecessores. Vários especialistas também evocam os temores de Kim Jong-un em relação a sua segurança, o que o levaria a evitar um longo deslocamento, ou um país pouco amigável.
Kim havia saído do país uma única vez desde sua chegada ao poder no final de 2011. Foi há um mês, quando viajou para a China.
Do mesmo modo, ir a Pyongyang seria, provavelmente, percebido como uma concessão simbólica excessiva ao presidente americano, enquanto a China aparece aos olhos de Washington como um aliado excessivamente próximo da Coreia do Norte.
O tuíte de Trump e seus comentários dos últimos dias parecem, de qualquer modo, confirmar que as tratativas seguem pelo bom caminho para concretizar uma cúpula inimaginável há até poucas semanas.
Nesse sentido, o governo americano manifesta um otimismo prudente, conforme palavras de seu novo secretário de Estado, Mike Pompeo, que disse constatar uma "verdadeira oportunidade" de avançar com a Coreia do Norte. Há um mês, Pompeo esteve em Pyongyang, em uma reunião então sigilosa com Kim Jong-un, quando ainda era diretor da CIA.
No fim de semana, Pompeo revelou que falou com o dirigente norte-coreano sobre um "mecanismo completo, verificável, irreversível", para a "desnuclearização" do país.
— Temos a obrigação de nos comprometermos com negociações diplomáticas para tentar encontrar uma solução pacífica, para que os americanos não corram riscos por causa de Kim Jong-un e de seu arsenal nuclear — afirmou Pompeo.
Os preparativos para a cúpula Trump-Kim ganharam impulso com a promessa da Coreia do Norte de buscar a completa desnuclearização da península.
Seul afirma que a Coreia do Norte prometeu fechar seu local de testes nucleares e convidou especialistas em armas americanos para verificar o processo.
Kim também disse a Moon que o Norte não vai precisar de armas nucleares, se os Estados Unidos prometerem não invadir o país, segundo fontes oficiais sul-coreanas.
* AFP