Dois membros da coalizão internacional antijihadista na Síria, entre eles um americano, morreram e cinco ficaram feridos na explosão de uma bomba caseira em Minbej, no norte do país, anunciaram nesta sexta-feira o comando dos Estados Unidos e uma ONG.
Este ataque em Minbej, onde as tropas americanas estão estacionadas, ocorreu na quinta-feira à noite, no mesmo dia em que o presidente Donald Trump anunciou que os Estados Unidos deixariam a Síria "muito rapidamente".
"Dois membros da coalizão morreram e cinco ficaram feridos na explosão de um dispositivo improvisado na Síria", informou a coalizão sob comando americano em um comunicado.
A coalizão não informou a nacionalidade das vítimas, mas segundo um funcionário do Pentágono, uma delas era um americano. A nacionalidade do segundo não foi divulgada, segundo o funcionário que pediu anonimato.
Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelo ataque.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), que conta com uma vasta rede de fontes em toda a Síria, afirmou que a bomba tinha como alvo um comboio de veículos para Minbej e que quatro membros do conselho municipal também ficaram feridos na explosão.
Antigo reduto jihadista e importante ponto de trânsito de homens, armas e dinheiro entre a Turquia e as áreas sob o controle jihadista na Síria, Minbej foi tomada em 2016 pelas Forças Democráticas Sírias (FDS), dominada pela milícia curda das Unidades de Proteção do Povo (YPG) e apoiada pela coalizão internacional.
Esta cidade da província de Aleppo (norte), localizada a cerca de trinta quilômetros da fronteira turca, pode se tornar o próximo grande barril de pólvora do conflito sírio.
Desde janeiro, os curdos sírios têm sido alvos de uma ofensiva turca no norte da Síria. Após a captura de Afrin, a Turquia ameaça estender sua ofensiva, inclusive a Minbej.
Na quinta-feira, autoridades curdas sírias disseram, depois de serem recebidas em Paris, que a França iria enviar "novas tropas" para Minbej.
Mas o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou na sexta-feira que não planejava uma nova operação militar no norte da Síria, fora da coalizão internacional.
A França participa desde setembro de 2014 dessa coalizão liderada pelos Estados Unidos e que conduz ataques aéreos contra posições do grupo Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria.
A coalizão intervém na Síria ao lado das FDS, muito ativa na reconquista dos territórios ocupados pelo EI, incluindo a auto-proclamada capital dos jihadistas Raqa.
Mas oa YPG são consideradas por Ancara como ligadas ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), classificados como uma organização terrorista pela Turquia e seus aliados ocidentais.
* AFP