Mais de 11 milhões de crianças necessitam desesperadamente de ajuda humanitária no Iêmen, país em guerra e fome, informou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
"Hoje, é justo dizer que o Iêmen é um dos piores lugares da Terra para ser uma criança", disse Geert Cappelaere, diretor regional do Unicef para o Oriente Médio e África do Norte.
"Dois milhões de crianças no Iêmen sofrem de desnutrição aguda e quase todos os meninos e meninas iemenitas" precisam desesperadamente de assistência humanitária, declarou em uma coletiva de imprensa na capital jordaniana, Amã.
"Estimamos que a cada 10 minutos uma criança morre no Iêmen de doenças evitáveis", acrescentou o representante da ONU.
Desde o início da intervenção no Iêmen, em março de 2015, de uma coalizão árabe sob comando saudita para interromper o avanço dos rebeldes huthis contra as forças governamentais, o conflito fez mais de 7.750 mortos e 50.600 feridos, de acordo com as Nações Unidas.
A ONU, que teme "a maior fome" nas últimas décadas no Iêmen, exigiu que esta coalizão levantasse rapidamente o bloqueio que impõe ao país.
No sábado, um avião de ajuda humanitária fretado pelo Unicef desembarcou em Sanaa, pela primeira vez desde que o bloqueio foi reforçado no início de novembro em resposta a um disparo de mísseil pelos huthis interceptado em Riad.
Mas o porto de Hodeida (oeste), através do qual transitam os envios de alimentos e remédios, permanece fechado.
"A guerra no Iêmen é, infelizmente, uma guerra contra as crianças", disse Cappelaere, observando que cerca de 5.000 crianças foram mortas ou feridas gravemente desde março de 2015.
"Milhares de escolas e centros de saúde foram danificados ou completamente destruídos", acrescentou.
* AFP