Ex-vice-presidente de Cristina Kirchner, Amado Boudou, 54 anos, foi detido nesta sexta-feira (3) em um caso de enriquecimento ilícito, lavagem de dinheiro e ocultação de bens na Argentina. De acordo com ação, há quase 80 mil dólares sem justificativa em sua declaração juramentada de 2002 e inconsistências detectadas em 111 declarações patrimoniais entre 2002 e 2012.
Outro ponto questionado é a compra de um apartamento por 120 mil dólares por parte de sua ex-namorada Agustina Kämpfer em 2010, supostamente adquirido com um empréstimo do irmão de Bodou, que não estaria credenciado.
O juiz federal Ariel Lijo ordenou a detenção de Boudou em um processo judicial iniciado em 2012, alegando que ele poderia prejudicar a investigação.
O também ex-ministro da Economia está sendo submetido a um julgamento em outro processo, de suposta corrupção, e se apresenta todas as semanas às audiências judiciais.
A detenção acontece nove dias depois da prisão por suposta corrupção do ex-ministro Julio De Vido, que administrou as obras públicas durante os governos de Néstor e Cristina Kirchner (2003-2015), depois de ter o mandato de deputado cassado.
Lijo ordenou ainda a detenção do amigo e suposto testa de ferro de Boudou, José María Núñez Carmona, e convocou para prestar depoimento sua ex-namorada, a jornalista Agustina Kämpfer, e Alejandro Vanderbroele, outro suposto testa de ferro.
— A ordem de prisão me surpreende. É um caso que tem cinco anos de trâmite e ele estava certo — afirmou ao canal C5N o advogado de Boudou, Eduardo Durañona, que disse não ter sido notificado da decisão do juiz.
Agentes da polícia entraram antes das 8H00 no edifício de Boudou, no bairro nobre de Puerto Madero, Buenos Aires.