Pelo menos 59 pessoas morreram e outras 515 ficaram feridas, na noite de domingo (1º), em Las Vegas, no maior tiroteio da história moderna dos Estados Unidos. Um homem abriu fogo, do 32º andar do hotel Mandala Bay, em pessoas que participavam de um festival de música country no Mandalay Bay Resort and Casino, por volta das 22h (2h pelo horário de Brasília).
Quem é o atirador?
Stephen Craig Paddock, o principal suspeito do ataque, era um aposentado de 64 anos que morava perto de Las Vegas, onde gostava de ir para apostar.
Paddock foi encontrado morto, possivelmente depois de se suicidar. No quarto do hotel usado para praticar o crime, os agentes encontraram ao menos oito armas, algumas de cano longo.
A polícia revelou ainda que uma batida na residência do americano, situada em Mesquite, norte de Las Vegas, foram encontradas "outras 18 armas de fogo, alguns explosivos e milhares de balas, além de alguns dispositivos eletrônicos que estão sendo analisados".
Qual a motivação do ataque?
O Estado Islâmico (EI) reivindicou o ataque, nesta segunda-feira (2), e afirmou que o autor dos disparos se converteu ao Islã há alguns meses.
Contudo, o FBI descartou que o crime esteja ligado ao terrorismo.
— Não determinamos até agora nenhuma conexão com um grupo terrorista internacional — disse o agente Aaron Rouse em coletiva.
Segundo a polícia, Paddock não tinha antecedentes criminais nem registro de prisão. Além de contador público, tinha uma licença de piloto e possuía permissão para caça de animais de grande porte, válida para o território do Alasca.
Inicialmente a mulher de Paddock, Marilou Danley, foi procurada pela polícia por suspeita de envolvimento. Mais tarde, porém, as autoridades descartaram a participação dela no crime.
Festival de música country
Ao menos 22 mil pessoas assistiam ao show no centro de Las Vegas, durante o festival de música country de três dias chamado "Route 91 Harvest", quando começaram os disparos.
— Pareciam fogos de artifício — comentou a testemunha Joe Pitz.
O cantor Jason Aldean, que conseguiu escapar, estava no local quando foram ouvidas as primeiras rajadas. Poucos segundos depois a música parou de tocar, conforme mostraram vídeos gravados por testemunhas.
Especialistas consultados pela AFP dizem que teria sido praticamente impossível prevenir algo assim.
Debate sobre armas
O massacre não demorou a reabrir o debate sobre a necessidade de endurecer o controle de posse de armas, algo que o presidente Donald Trump e muitos líderes republicanos se opõem. A Casa Branca declarou que considera a discussão "prematura".
— Há um momento e um lugar para o debate político, mas agora é o momento de nos unirmos como nação — disse a porta-voz Sarah Huckabee Sanders.
Repercussão
O presidente americano Donald Trump classificou o ataque como um "ato de pura maldade" e anunciou que visitará Las Vegas na quarta-feira (4).
— Ontem (domingo) à noite, um atirador solitário abriu fogo contra uma multidão em um show de música country em Las Vegas, Nevada. Ele assassinou brutalmente mais de 50 pessoas em um ato de pura maldade — declarou o presidente em um pronunciamento na Casa Branca.
Poucos momentos depois, a Casa Branca emitiu uma proclamação presidencial determinando que as bandeiras fossem içadas a meio mastro na sede presidencial e nos prédios públicos até 6 de outubro, em homenagem às vítimas do tiroteio.
Algumas horas depois da tragédia, a ex-candidata democrata à presidência Hillary Clinton pediu um debate aprofundado sobre as armas.
"Nosso sofrimento não é o suficiente. Podemos e devemos deixar a política de lado, enfrentar a NRA e trabalhar juntos para tentar fazer com que isso não volte a ocorrer", escreveu no Twitter.
"Sempre há (pessoas que matam) com histórias e motivações diferentes, seu trágico elemento em comum é ter armas poderosas", destacou Ben Rhodes, ex-assessor de Barack Obama, que tentou em vão fazer com que os Congresso legislasse sobre o assunto.