A Coreia do Norte informou que considera a possibilidade de atacar o território norte-americano da ilha de Guam, no Pacífico, onde os Estados Unidos mantêm bases militares estratégicas. O governo norte-coreano advertiu que pode utilizar mísseis balísticos de médio alcance na investida. A advertência foi dada poucas horas após o presidente dos EUA, Donald Trump, prometer que vai responder com "fogo e fúria" à Coreia do Norte caso o país prossiga com suas ameaças aos norte-americanos.
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Pyongyang informou que está "examinando cuidadosamente" um plano operacional para lançar fogo próximo a Guam com mísseis do tipo Hwasong-12. O plano será finalizado "e colocado em prática de maneira múltipla e consecutiva a qualquer momento assim que Kim Jong-Un, comandante supremo da força nuclear da Coreia do Norte, tomar a decisão", informou a agência estatal norte-coreana KCNA.
No sábado, o Conselho de Segurança da ONU impôs novas sanções contra o regime de Kim, que podem custar ao país um terço de suas receitas de exportação e afetariam o comércio com a China, sua principal aliada e parceira econômica.
Em reportagem publicada nesta terça-feira, o jornal americano The Washington Post, citando uma análise de fontes de inteligência militar, disse que autoridades norte-americanas consideram que a Coreia do Norte dispõe "de armas nucleares capazes de ser transportadas por mísseis balísticos", incluindo seus vetores intercontinentais.
Esses avanços significam que Pyongyang está mais perto de possuir mísseis nucleares do que Washington previa. Até o mês passado, os especialistas consideravam que a Coreia do Norte precisaria de mais dois ou três anos para desenvolver míssil balístico intercontinental (MBIC), dotado de uma ogiva nuclear.
No entanto, essa avaliação mudou repentinamente no mês passado, depois que Pyongyang testou dois mísseis ICBM. A Coreia do Norte advertiu que as novas sanções impostas pela ONU no final de semana não lhe impedirão de desenvolver seu arsenal nuclear, rejeitando qualquer possibilidade de diálogo e ameaçando os Estados Unidos com represálias.
*AFP