Um ministro do governo trabalhista britânico denunciou, nesta sexta-feira (3), que Elon Musk está "mal informado", um dia depois de o bilionário americano criticar as autoridades do Reino Unido pela forma como administraram um caso de exploração sexual.
Desde que os trabalhistas britânicos voltaram ao poder há seis meses e o país foi abalado por distúrbios anti-imigração entre 30 de julho e 5 de agosto, Musk tem feito diversos comentários sobre a situação atual do Reino Unido, afirmando que uma "guerra civil" é "inevitável".
O magnata, proprietário da rede social X, criticou especialmente o governo de Keir Starmer, acusando-o de reprimir com grande severidade os manifestantes e de dirigir "um estado policial tirânico".
Musk, o homem mais rico do mundo e aliado-chave do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, mencionou na quinta-feira no X um caso de exploração sexual de mais de 1.500 meninas no norte da Inglaterra entre 1997 e 2013, no qual as autoridades foram culpadas por não terem tomado providências.
"No Reino Unido, crimes graves, como o estupro, requerem a aprovação da acusação antes que a polícia possa acusar os suspeitos. Quem estava no comando da CPS (a procuradoria-geral britânica) quando as gangues de estupradores podiam explorar meninas sem enfrentar a justiça? Keir Starmer", escreveu.
"Deveriam ser organizadas novas eleições no Reino Unido", acrescentou.
Diante dessas críticas, o ministro britânico da Saúde, Wes Streeting, reagiu nesta sexta-feira em uma entrevista à emissora de televisão ITV.
"Eu acho que algumas das críticas feitas por Elon Musk são erros de julgamento e certamente ele está mal informado", respondeu o ministro.
"Mas estamos dispostos a trabalhar com Elon Musk, que eu acredito que tem um papel importante a desempenhar com sua rede social para nos ajudar, a nós e a outros países, a abordar esse grave problema. Se ele quiser trabalhar conosco e se engajar, ficaremos felizes em recebê-lo", continuou Wes Streeting.
Em suas mensagens de quinta-feira nas redes sociais, Musk também exigiu a libertação do agitador britânico de extrema-direita Tommy Robinson, recentemente condenado pelos tribunais a 18 anos de prisão por desrespeitar uma decisão judicial que lhe proibia de repetir comentários difamatórios sobre um refugiado sírio.
* AFP