A Mongólia celebrará o segundo turno das eleições presidenciais, pela primeira vez em sua história, no dia 9 de julho, após nenhum dos três candidatos obter maioria absoluta na votação de segunda-feira, anunciaram funcionários eleitorais nesta terça.
O comitê eleitoral geral informou que Khaltmaa Battulga, do Partido Democrata (PD), obteve 38% dos votos, e enfrentará Mieygombo Enkhbold, do Partido do Povo Mongol (PPM), que terminou na segunda posição, com mais de 30%.
Enkhbold superou por apenas 0,1% dos votos o terceiro candidato, Sainkhuu Ganbaatar, do Partido Revolucionário do Povo Mongol (PRPM) e ex-líder sindical.
Integrantes do PRPM protestaram diante da sede do comitê eleitoral.
O atual presidente, Tsakhia Elbegdorj, não entrou na disputa por estar no fim do segundo mandato consecutivo de quatro anos.
O Partido Democrata de Elbegdorj está na oposição desde que o Parlamento passou a ter maioria do Partido do Povo Mongol.
Os dois candidatos que disputarão o segundo turno são acusados de corrupção.
Mieygombo Enkhbold é um ex-primeiro-ministro acusado de tentar receber dinheiro em troca de empregos públicos. Já Khaltmaa Battulga é suspeito de possuir contas no exterior.
Os escândalos foram mais citados na campanha que os problemas econômicos: a Mongólia, com 3 milhões de habitantes, sofreu nos últimos anos o efeito da queda do preço do cobre, seu principal produto de exportação, e a desaceleração do crescimento da vizinha China.
Em 2016, o PIB cresceu 1%, muito longe dos 17% registrados em 2011. O desemprego, grande preocupação dos eleitores, afeta 9% da população.
Para resolver parte dos problemas, o futuro presidente terá um plano de ajuda de 5,2 bilhões de euros, financiado parcialmente pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
* AFP