O presidente russo, Vladimir Putin, declarou, nesta sexta-feira, que a "próxima etapa" para a guerra na Síria será "um cessar-fogo no conjunto do território", enquanto a evacuação de milhares de civis e rebeldes da cidade de Aleppo avança.
– Negociamos ativamente com representantes da oposição armada, sobretudo graças à mediação da Turquia – afirmou Putin durante uma visita a Tóquio. – Acordamos, durante uma conversa telefônica com (o presidente turco Recep Tayyip) Erdogan, propor às diferentes partes do conflito um novo lugar para as negociações de paz. Pode ser a capital do Cazaquistão, Astana – declarou o chefe de Estado russo, aliado do presidente sírio Bashar al-Assad.
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Em Astana já foram realizadas reuniões entre representantes do regime de Damasco e da oposição tolerada pelo regime. Putin fez as declarações antes de uma reunião marcada para esta mesma sexta-feira no Conselho de Segurança da ONU. O encontro deve discutir a evacuação de civis e rebeldes de Aleppo.
Milhares de pessoas foram retiradas, na quinta-feira, da segunda maior cidade síria, um mês depois de uma ofensiva devastadora do regime que se prepara a proclamar sua maior vitória da guerra com a reconquista total da segunda cidade da Síria.
O presidente Assad, que teve o apoio crucial de Rússia e Irã, afirmou que os sírios "escreviam a História" com a libertação da cidade, ainda em andamento. A intervenção militar da Rússia em setembro de 2015 permitiu às tropas do regime, que na época se aproximavam de uma derrota, inverter a situação.
O conflito da Síria, muito complexo por envolver muitos beligerantes e seus apoios internacionais, deixou mais de 310 mil mortos desde março de 2011.