O chefe da polícia de Berlim afirmou, nesta terça-feira que homem que jogou seu caminhão contra uma multidão em um mercado de Natal, deixando 12 mortos, pode estar foragido, e recomendou que todos fiquem em alerta.
– Talvez seja o caso de termos um criminoso perigo na zona e isso obviamente deixa as pessoas nervosas – alertou Klaus Kandt, depois de exibir dúvidas de que o paquistanês detido seja mesmo o autor do ataque. – Claro, estamos aumentando as medidas de segurança. Agora é necessário um nível de alerta elevado.
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Mais cedo, Kandt afirmou que a polícia alemã não tinha certeza de que o paquistanês preso pela equipe de investigação era o verdadeiro autor do ataque.
– Na verdade não é certo que se trate do motorista – reconheceu.
A própria chanceler alemã Angela Merkel afirmou, nesta terça, que o motorista do veículo e autor do atropelamento seria um demandante de asilo. No entanto, o chefe de polícia disse que "o suspeito nega os fatos", em uma publicação no Twitter, pedindo para que a população permaneça alerta.
Caminhoneiro polonês tinha marcas de golpes
O polonês encontrado morto na cabine do caminhão utilizado no ataque de Berlim era de fato o condutor do veículo e seu corpo tinha sinais de golpes, assegurou a transportadora para a qual ele trabalhava.
O homem de 37 anos, que deixa a esposa e um filho de 17 anos, era um homem de e 1,83 metro de altura, disse à imprensa polonesa Ariel Zurawski, dono de uma empresa de transporte instalada perto de Gryfino, no noroeste da Polônia.
– Não há pessoa que teria razões para fazer isso – garantiu.
O homem morto era seu primo, a quem conhecia desde a infância. Zurawski foi chamado no meio da noite pela polícia polonesa para identificar a vítima em uma foto.
– Vimos sinais de espancamento, está claro que lutou. Seu rosto estava sangrando, machucado. Havia um ferimento de faca – conta. – A polícia me disse que havia também um ferimento de bala.
A família do motorista está em estado de choque. Seu pai foi levado ao hospital. A esposa foi à polícia, mas não viu a fotografia.
– Ele queria voltar a qualquer preço na quinta-feira, o mais tardar, para comprar um presente para sua esposa – disse o empresário.
O motorista teve o último contato por telefone com sua esposa por volta das 15h. Falaram pouco, porque ela ainda estava no trabalho e deveriam voltar a se falar uma hora depois. Porém, às 16h, ele já não atendia mais o telefone.
Posteriormente, a família conseguiu rastrear o veículo graças ao GPS. Por volta das 15h45min, o caminhão foi ligado, mas fazia apenas pequenos movimentos para trás e para a frente, "como se alguém estivesse aprendendo a dirigi-lo". Nesse momento, Zurawski entendeu que "alguma coisa ruim" tinha acontecido.
O caminhão deixou o estacionamento onde estava às 19h40min, fazendo um percurso de dez quilômetro até a feira de Natal.
*AFP