A Turquia ordenou a detenção do ex-jogador de futebol Hakan Sükür. A decisão faz parte do contexto de expurgos lançados após o golpe de Estado frustrado contra o presidente Recep Tayyip Erdogan, no mês passado.
A procuradoria acusa o ex-ídolo da seleção nacional de "pertencer a um grupo terrorista armado", em referência à organização do antigo pregador muçulmano Fethullah Gülen, exilado nos Estados Unidos, considerado por Ancara o organizador do golpe, disse a agência pró-governamental Anatolia. Segundo o relatório, Hakan Sükür deixou a Turquia no ano passado junto com sua família.
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Também foi emitida uma ordem de prisão contra o pai do ex-atleta, Selmt Sükür. O ex-jogador de futebol nunca escondeu sua simpatia por Gülen. O pregador exilado nega qualquer envolvimento no levante militar de 15 de julho.
Sükür, de 44 anos, deixou o país depois de ter sido alvo de uma demanda judicial por insultos contra Erdogan. O ex-ídolo do Galatasaray e máximo goleador de todos os tempos na Turquia foi eleito deputado em 2011 pelo Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), o partido político do presidente islamita-conservador Erdogan.
Entretanto, o ex-jodador desfiliou-se do AKP em 2013, quando Erdogan rompeu com o influente pregador Gülen, exilado nos Estados Unidos desde 1999, que até o momento havia sido seu principal aliado.
O expurgo lançado depois do golpe engloba uma série de instituições e setores da sociedade turca: educação, justiça, imprensa, meios de negócios e esportivos. Um total de 16.000 pessoas foram detidas e acusadas formalmente e 6.000 seguem em prisão provisória.
Defendendo a seleção turca, Hakan Sükür enfrentou o Brasilna semifinal da Copa do Mundo de 2002, em Saitama, no Japão. Os brasileiros acabaram vencendo por 1 a 0, com gol de Ronaldo.