O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou, nesta quarta-feira à noite, a instauração do estado de emergência nacional por três meses, após a tentativa de golpe militar na semana passada, e garantiu que não fará "qualquer concessão" em relação à democracia.
- Nosso Conselho de Ministros decidiu instaurar o estado de emergência durante três meses - anunciou o chefe de Estado em entrevista coletiva depois da reunião.
Leia mais
Conselho pede demissão de reitores e Turquia suspende mais de 15 mil funcionários na Educação
Erdogan rejeita ingerência da diplomacia francesa na Turquia
Ancara ressurge das cinzas após golpe militar frustrado
A medida é "necessária para erradicar rapidamente todos os elementos da organização terrorista envolvida na tentativa de golpe de Estado", declarou Erdogan, em referência aos aliados do clérigo Fethullah Gulen, acusado de instigar a rebelião militar. Exilado nos Estados Unidos, Gulen condenou a tentativa de golpe desde o início.
Erdogan ressaltou que não fará qualquer "concessão" em seu compromisso com a democracia, após seu regime ser alvo de críticas de vários países, especialmente diante da demissão de milhares de funcionários públicos em decorrência da tentativa de golpe.
- Jamais faremos concessões em relação ao nosso compromisso com a democracia", garantiu Erdogan ao discursar em Ancara. O estado de emergência "absolutamente não viola a democracia, as leis e a liberdade, muito pelo contrário, visa exatamente a proteger e reforçar estes valores.
Segundo o último boletim oficial, a tentativa de golpe, deflagrada na noite de sexta-feira passada, deixou 312 mortos, sendo 145 civis, 60 policiais, três soldados e 104 rebeldes.
*AFP