O conteúdo das bagagens dos quatro cubanos que morreram no acidente de carro em Santa Vitória do Palmar ajudará a Polícia Civil a concluir a investigação sobre o destino de Reynaldo Delgado Díaz, 45 anos, Niurka García Roque, 46, Osmani Hidalgo Leyva, 21, que deixaram Cuba no dia 30 de dezembro em direção ao Brasil. Os três morreram em uma colisão no quilômetro 636 da BR-471 no dia 1º de janeiro. Armando Sosa Gonzalez, 24, foi o único sobrevivente do grupo.
— A análise do conteúdo das malas tem importância para a verificação da intenção que tinham os cubanos — explica o Adam Lauxen, titular da Delegacia de Polícia de Santa Vitória do Palmar e responsável pelo inquérito policial que investiga o acidente.
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Dentro das malas, a polícia encontrou documentos, dinheiro, telefones, um notebook e outros eletrônicos, diplomas de formação profissional, pedidos de visto de turista aos Estados Unidos. As bagagens continham também lembranças familiares, roupas, itens de higiene, dezenas de maços de cigarro, duas garrafas do rum, anotações sobre muitas pessoas de contato, artigos religiosos e uma toalha de banho com a bandeira americana estampada. O conteúdo das malas apontava que os cubanos estavam preparados para uma jornada exaustiva. Havia dezenas de cartelas de remédios para ansiedade, dores e febre, problemas cardiovasculares e infecções.
Para o delegado Lauxen, o grupo não pretendia fazer turismo:
— Há indícios de que se trata de migração.
No último final de semana, o delegado Lauxen permitiu que o GDI tivesse acesso ao conteúdo das malas. A reportagem acompanhou o delegado durante inspeção do material.