O Acampamento Farroupilha 2023 realizou nesta sexta-feira (15) o primeiro baile da terceira idade na programação do evento. No piquete da GAM3 Parks, participantes do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos voltado a idosos no Centro de Referência e Assistência Social (Cras) aguardavam ansiosos pelo início da festa. Com sol e tempo firme, o público aproveitou para visitar piquetes antes do início do baile.
O encontro foi uma oportunidade para a aposentada Elisabete Valenci Souza, 70 anos, se divertir com as amigas e retornar ao Parque Harmonia após nove anos.
— É um renascimento. Estou contente com a companhia das minhas amigas. Nunca fui muito pé de valsa, pois casei muito nova e não deu tempo de ser pé de valsa. Meu marido era uma pessoa maravilhosa, mas não era pé de valsa, embora gostasse de dança — afirma.
Viúva, Elisabete reside no bairro Morro Santana, zona leste de Porto Alegre. Há três meses, decidiu ingressar no serviço de acolhimento do Cras. Ela enfrentou a depressão depois do falecimento do marido Cândido, que morreu há quatro anos em decorrência de problemas no coração. Os dois ficaram casados por 52 anos.
— Entrei no Cras por sugestão de amigas, porque estava no buraco, muito deprimida, não saía de casa. Agora estou adorando, me sentindo muito bem — explica.
Elisabete ressalta que o retorno ao local que costumava visitar na companhia de Cândido marca o seu renascimento
— Agora encontrei algum conforto. Parece que estou renascendo — revela.
A técnica Maria da Graça Furtado, referência na Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), destaca que a Capital possui 22 Centros de Referência de Assistência Social que atendem mais de mil idosos. Ela reforça a importância de atividades para esse público.
— Eles adoram a tradição gaúcha, adoram a cultura gaúcha, gostam muito de estar participando. Eles admiram e valorizam. Estar hoje aqui no Acampamento Farroupilha atende esse objetivo da circulação maior de idosos, que vêm de lugares bem distantes do Centro, como zona Leste, Sarandi, Glória, Cruzeiro — sustenta.
Maria afirma que o serviço de convivência visa a valorização do cidadão idoso.
— Muitas vezes ele está sozinho, abandonado, isolado. Aqui ele está em outro ambiente de convívio. Isso é importante — completa.