O aumento do número de furtos de cabos da Trensurb em áreas que permanecem com o fornecimento de energia interrompido foi tema de uma sessão da Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa nesta quinta-feira (15), em Porto Alegre. O prejuízo estimado pela companhia metroviária nos últimos três meses é de, pelo menos, R$ 5 milhões.
A Trensurb admitiu que não consegue coibir sozinha os furtos, que ocorrem principalmente entre as Estações Mercado Público e Farrapos, na Capital, e enviou ofícios à Superintendência Regional da Polícia Federal e a Secretaria Estadual de Segurança Pública para obter reforços. Além disso, empresa metroviária abriu licitação para contratação de uma empresa de segurança privada. Durante a enchente, duas subestações de energia foram perdidas, de acordo com a companhia.
De acordo com a empresa, entre o dia 17 de junho e esta quarta-feira (14), foram registrados 29 furtos de cabos, além de 22 tentativas em toda a extensão dos trilhos. Isso representa, em média, um furto a cada dois dias.
Um dos motivos para o crescimento de roubos é a falta de energia na região de Porto Alegre, devido ao não funcionamento de uma subestação afetada pela enchente. Por conta disso, a retomada das viagens até a Estação Farrapos, prevista para dia 20 de setembro, pode ser adiada.
Até mesmo a rede aérea foi roubada, o que, segundo o diretor-presidente da empresa, Ernani Fagundes, nunca aconteceu nos 40 anos de operação. O prejuízo se soma aos R$ 275 milhões estimados para a recuperação total das linhas de trens.
– Os recursos são finitos, e a Trensurb tem limite. Nós perdemos duas subestações de energia, o que criou facilidade para os criminosos. Uma delas é a que abastece o trecho da Farrapos até o Centro, passando pelas estações São Pedro, Rodoviária e Mercado — disse o diretor-presidente da empresa metroviária.
Apesar de existir a possibilidade do adiamento da retomada das operações até a Estação Farrapos, o prazo para retomada completa do serviço está mantido para 24 de dezembro.