A redução do nível da água da enchente em Canoas, na Região Metropolitana, mostra o cenário de destruição. Em ruas dos bairros Fátima, Rio Branco e Mato Grande, onde há partes secas, entulhos tomam conta dos cruzamentos e das calçadas. Além do trabalho de limpeza, moradores também buscam móveis, colchões e eletrodomésticos que ainda podem ser reutilizados.
A doméstica Rosângela da Luz, 46 anos, é moradora do bairro Mato Grande e não conseguiu salvar nenhum item da sua casa. Nesta quarta-feira (22), ela circulou pela Rua República e encontrou ao lado de um condomínio um ponto de descarte. Dali tentou tirar algo para recomeçar.
— O que esses moradores descartaram e consideram como lixo, para mim será o recomeço. Peguei colchão, parte de um sofá, geladeira, tapete, itens de cozinha, brinquedos e enfeites. Agora vou higienizar tudo — elencou a dona de casa, mãe de sete filhos.
O agricultor Guilherme Bitencourt, 33, também morador do bairro Mato Grande, colocou o seu carro à disposição para carregar os itens:
— É hora de ajudar. Vejo quem está precisando, carrego a caminhonete e levo até a casa. O pessoal pega do descarte porque precisam. Ninguém gostaria de estar passando por isso — destaca.
De acordo com dados da prefeitura de Canoas, mais de 100 mil pessoas foram afetadas e seguem fora de casa.