Com boa parte da RS-287 recortada pelos estragos causados pela chuva, a BR-290 virou a principal e praticamente única ligação entre Porto Alegre e a região central do Estado. No entanto, o tempo de viagem entre os dois locais se alongou em até duas horas em razão da reconfiguração da malha rodoviária do Estado.
Antes percorrido em torno quatro horas a quatro horas e meia, o trecho de viagem pode agora tomar até seis horas do motorista. No entanto, a maior parte da viagem é tranquila, principalmente na área entre Vale do Rio Pardo e Região Central.
A reportagem de GZH fez a rota, começando pela Nova Ponte do Guaíba e levou cerca de seis horas para chegar em Santa Maria. Caso o motorista opte por começar a viagem via RS-040, RS-118, BR-290 e BR-386, essa distância e tempo de viagem aumentam.
A reportagem enfrentou dificuldade para acessar a BR-290 via Nova Ponte do Guaíba. Entre o bairro Menino Deus e o acesso à ponte, a equipe levou cerca de uma hora para deixar a cidade em razão de desvios e do movimento intenso no corredor de acesso humanitário na Capital.
Chegando em Eldorado do Sul, outro ponto de retenção é observado no Km 114 da BR-290, onde equipes realizam serviços de reconstrução de asfalto em uma das duas pistas. O local foi tomado pela água no auge da inundação, o que prejudicou parte do pavimento, segundo trabalhadores que atuavam na obra. Com o trânsito em apenas uma pista, motoristas enfrentavam lentidão de alguns minutos na área na manhã desta terça-feira.
As margens da BR-290 em Eldorado do Sul são marcadas por lama, poças d’água e grama remexida pelo rio que tomou alguns pontos da área. Essa paisagem se mistura com pessoas na beira da estrada, em abrigos improvisados com lonas e barracas em pelo menos um trecho da via. Em seguida, no Km 132, tem obras de reconstrução de parte da pista tombada pela força das águas.
Região Carbonífera e Vale do Rio Pardo
O trecho da BR-290 que costura as regiões Carbonífera e Vale do Rio Pardo não apresenta transtornos aos motoristas que trafegam entre Eldorado, Charqueadas e Caçapava do Sul. A via tinha pouco movimento nesta terça-feira. A maior parte dos veículos na pista era formada por caminhões, que não chegavam a formar fila.
O baixo movimento nesse trecho da BR-290 refletia no comércio e serviço de beira de estrada. A maior parte dos restaurantes ou postos de combustíveis era ocupada por trabalhadores da duplicação da BR-290 ou de funcionários de empresas que usam a rota alternativa entre o centro do Estado e a Região Metropolitana.
Em Santa Maria
O baixo movimento observado na BR-290 também marcou o trecho da BR-392 entre São Sepé e Santa Maria. A rodovia apresentou apenas um ponto de lentidão, na região de São Sepé, em razão de serviços de capina e reparo do asfalto. Mas a retenção não durou 10 minutos.
A entrada de Santa Maria via BR-392, onde são realizadas obras de melhoria viária, também apresentava trânsito fluindo, sem congestionamento ou atropelos, em meio à chuva fraca que flertou com a abertura de sol no meio da tarde desta terça-feira.
Esse cenário de calmaria por esse acesso da cidade é o oposto ao observado via RS-287. Quem trafega em direção à Base Aérea e ao Distrito de Palma depara com cones, bloqueios do Exército e resquícios de ponte e pavimentos, início dos retalhos provocados pela inundação nessa rodovia e que impedem fluxo contínuo entre municípios da Região Central, da 4ª Colônia e da Região Metropolitana.