O Instituto-Geral de Perícias (IGP) do Estado vai realizar um exame de DNA para investigar se um corpo localizado na tarde de sábado (6) no Rio Taquari, em Lajeado, pode ser de uma das vítimas da cheia que atingiu a região quatro meses atrás. Os restos mortais foram avistados na margem do rio, no bairro Carneiros, próximo da região central da cidade.
Até o momento, cinco pessoas seguem desaparecidas desde a enxurrada que assolou municípios como Muçum, Roca Sales e Arroio do Meio e provocou 53 mortes confirmadas.
O corpo foi recolhido pelos bombeiros de Lajeado por volta das 16h de sábado. Material genético foi recolhido e enviado a Porto Alegre para tentar esclarecer a identidade da vítima e se realmente é um dos desaparecidos.
De acordo com a assessoria de comunicação do IGP, não é possível adiantar informações sobre o corpo, como idade aproximada ou gênero, devido ao "avançado estado de decomposição". Por esse mesmo motivo, que aumenta o tempo necessário para a conclusão dos exames genéticos, não é possível estabelecer um prazo para a entrega do laudo.
Os desaparecidos até o momento são Alexandre Eduardo Macedo de Assis, 48 anos, de Arroio do Meio; Beatriz Maria Pietta, 72, e Deoclydes José Zilio, 94, de Muçum; Deiser Cristiane Vidal, 32, de Roca Sales; e Carlos André Pereira, de idade não informada, de Lajeado. Na sexta-feira, GZH publicou reportagem contando as histórias de algumas das vítimas da cheia do Taquari que ainda não foram encontradas.
Beatriz Pietta chegou a ser velada e sepultada pelos familiares, mas, poucos dias depois, exames mais detalhados indicaram que o corpo enterrado no cemitério de Muçum, na verdade, era de outra pessoa. A nova identidade não foi divulgada pelo IGP.
Já a família de Deiser Vidal recuperou os corpos dos dois filhos da comerciante, de sete meses e sete anos de idade, e espera que a mãe deles seja localizada para reuni-la com as crianças mesmo depois da morte.
O Corpo de Bombeiros segue fazendo buscas diárias ao longo do Taquari. As equipes são formadas por, pelo menos, quatro profissionais, por terra e em uma embarcação, e eventualmente contam com reforço de um cão farejador. Não há prazo estimado para o encerramento dos trabalhos.