Com 39 mortes registradas até as 9h desta quinta-feira (7), a maioria delas no Vale do Taquari, as cheias de setembro de 2023 são o desastre natural com o maior número de óbitos desde 1980. A conclusão é sustentada por publicação oficial do governo do Estado do Rio Grande do Sul em 20 de junho de 2023.
Na ocasião, o Palácio Piratini informou que o ciclone extratropical registrado naquele mês havia causado 16 óbitos, o maior número em quatro décadas. A quantidade de mortes das cheias de setembro, portanto, já chega ao dobro do desastre anterior — e o indicador desta tragédia ainda pode subir.
Para chegar a esse ranking, o Piratini usou como fonte uma pesquisa de Bernadete Weber Reckziegel, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), apresentada em 2007. A pesquisadora fez um levantamento de desastres naturais e suas consequências no Estado entre 1980 e 2005.
Em novembro de 2022, a Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG) lançou um mapeamento dos desastres naturais, mas as informações sobre mortos e feridos nos fenômenos correspondem apenas ao período entre 2017 e 2021.
Ou seja, é preciso considerar que há certa escassez de estatística oficial para catástrofes no Rio Grande do Sul.
Registros de jornais apontam que, em setembro de 1959, chuvas torrenciais, enchentes e deslizamentos de terra deixaram 94 mortos no Vale do Rio Pardo. Essa seria a maior tragédia do Estado no quesito perdas de vidas humanas em desastres naturais.