A família Patuzzi amanheceu nesta quarta-feira (6) como uma das que não perderam tudo em Muçum, no Vale do Taquari, mas quase. Em meio ao lodo, Osmar Patuzzi, 69 anos, e Maria Elesia Martins Patuzzi, 68, tentavam, nesta manhã, avisar aos parentes em outras cidades que eles estão bem.
O casal afirma que o prejuízo material ficou barato, se comparado ao valor de não estar ferido em razão da chuvarada.
— Foi muito barulho. Subimos no teto para evitar que a água nos levasse. Ficamos com medo, mas estamos bem. Vamos reconstruir o que perdemos aos poucos — contou Maria.
— Não esperávamos que o rio subisse tanto. O último aviso era que seriam dois metros, algo como foi em 2020. Lamentamos muito pela quantidade de pessoas que não tiveram a mesma sorte que nós. Deus nos protegeu. Foi a maior dor que já vivemos na cidade — comentou Osmar, emocionado.
Claudecir Paulo Trindade conta que procura o irmão dele, Claudeomiro Luís Trindade, que está desaparecido desde a noite de segunda-feira, quando a água alcançou a casa onde estava.
— A correnteza estava muito forte quando falei com ele pela última vez — comenta.
A temperatura de 19 graus e ausência de nuvens em volta do sol era um respiro de otimismo aos que tentavam limpar e reorganizar as casas na Avenida Nossa Senhora de Fátima, no bairro Fátima, um dos mais atingidos pela inundação entre segunda e terça.
O Corpo de Bombeiros de Caxias do Sul também está no local, auxiliando na busca por vítimas nos escombros.
— Temos pessoas desaparecidas sendo buscadas neste local, pois pessoas da região apontaram que tinha gente aqui no momento que a água chegou — afirma o subcomandante Clóvis Leonardo Soares Silva, que veio da Serra com outros 28 bombeiros.