O município de São Sebastião do Caí, no Vale do Caí, deve seguir com 62 famílias nos abrigos organizados pela prefeitura pelo menos até a próxima segunda-feira (17). Essa é a expectativa do prefeito, Júlio Campani, com base nas medições do nível do Rio Caí e do monitoramento da Defesa Civil nesta sexta (14).
— As pessoas estão abrigadas, enquanto nós acompanhamos, de hora em hora, o recuo do rio. Nossa expectativa é de que, no máximo, na segunda-feira nós já possamos levar essas pessoas de volta para suas residências — estima o prefeito.
São 153 adultos e 33 crianças abrigados no ginásio municipal e no centro integrado do município.
No começo da manhã desta sexta, o nível do rio havia baixado 25 centímetros, por volta das 9h. Mesmo assim, seguia cerca de 10 metros acima do considerado normal.
A região do cais do porto antigo da cidade continua submersa. Do outro lado do rio, a RS-124 chegou a ser bloqueada totalmente na quinta-feira (13) depois que a água invadiu a pista, mas foi liberada na manhã desta sexta.
Por volta das 10h, equipes da Defesa Civil estiveram no ginásio, onde a maior parte das famílias está alojada. Pacotes com alimentos foram distribuídos no local.
Diferentemente do ciclone que atingiu o Estado no mês de junho, dessa vez as famílias foram retiradas de casa com mais antecedência. Isso permitiu que mais itens fossem levados aos abrigos.
— Da primeira vez, saímos com pressa e não deu pra proteger os móveis. Acabou que a água atingiu eles. Agora, consegui subir os armários e trouxemos mais coisas para o abrigo — afirma o jardineiro Luiz Ricardo Horn, 38 anos, que foi encaminhado ao ginásio municipal junto da esposa e filhos.
Por outro lado, nem todas as famílias conseguiram reconstruir as perdas entre uma enchente e outra. Esse foi o caso da dona de casa Marcia Souza, de 52 anos, que divide a casa com família da filha.
— Foi muito rápido entre as duas, uma depois da outra. O que eu tinha antes foi destruído. Perdi cama, mesa, travesseiro. Ainda não deu nem pra recuperar isso — lamenta.