Após discussão com aluno em sala de aula, uma professora de escola estadual em São Sepé, região Central do Estado, foi afastada das atividades. A 8ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) instaurou procedimento que apura um suposto caso de assédio contra o estudante de 17 anos. O bate-boca foi registrado em vídeo que circula por redes sociais. As informações são do G1 RS.
O episódio ocorreu em 6 de dezembro, durante uma aula de geografia do 1º ano do Ensino Médio no Colégio Estadual São Sepé. Segundo o advogado da família, que preferiu não se identificar, tudo começou por conta de um cheiro estranho que estava sendo sentido na sala. Naquele dia, a instituição ofereceu cachorro-quente aos estudantes. A família suspeita que o odor era do tempero do lanche.
O aluno teria ido até uma lixeira, na sala, e ficado perto da professora Ana Karla Kraemer. O advogado não sabe precisar que tipo de movimento teria feito o estudante, mas a professora se incomodou e, então, teria perguntado por que ele estaria a cheirando. Ele negou: "Tá maluca? Por que eu faria isso?". O jovem voltou a se sentar em seu lugar, mas sua resposta teria dado início a discussão.
No vídeo gravado por um colega, a professora discute com o aluno: "Minha casa tem seis banheiros! Quantos tem a tua? Quantas casas tu tem? Quantos apartamentos na praia tu tem? Quantos carros tu tem?". O aluno retruca: "Agora, tu é melhor do que eu porque tu tem mais casas e mais coisas?". A professora prossegue: "Recalcado! Tu é um recalcado!". Por fim, o estudante se desculpa: "Então, tá. Desculpa, então, se eu fui aí do teu lado. Não posso chegar do teu lado. Não chego mais".
Dias após a ocorrência, a 8ª CRE, com sede em Santa Maria, foi ao colégio e conversou com a direção, com a professora e com a mãe do aluno. A partir daí, o órgão decidiu instaurar um procedimento administrativo para averiguar o caso. Segundo informações do CRE divulgadas ao G1, a professora está afastada da função desde a semana em que houve o caso. Trata-se de um afastamento provisório, que deve durar enquanto a apuração estiver em andamento. Se for entendido que houve agressão, o CRE poderá abrir uma sindicância que pode punir a servidora, acarretando em exoneração. O G1 conversou com a professora Ana Karla Kraemer na manhã desta sexta-feira (23), mas ela só irá se manifestar por meio de um advogado posteriormente.
A mãe do aluno não gostou da forma como a professora conduziu o episódio. Ela procurou um advogado. Orientada, irá registar, na semana que vem, um boletim de ocorrência. Ela também irá procurar o Ministério Público (MP), de acordo com o advogado. Ainda, a mãe deve entrar com uma ação na Justiça contra o Estado, pelo crime de "submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento". A ação seria contra o Estado e não contra a professora.