Com uma segunda morte confirmada na tarde desta terça-feira (29), o número preciso de vítimas e de desaparecidos no deslizamento de terra na BR-376, em Guaratuba, no litoral do Paraná, ocorrido na noite de segunda-feira (28), ainda é incerto, de acordo com a Defesa Civil. Conforme o coordenador estadual do órgão, coronel Fernando Raimundo Schunig, há apenas informações visuais iniciais. A primeira morte havia sido confirmada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante a manhã. As informações são do portal g1.
— Nós temos alguma projeção que já foi relatada pelo comandante do Corpo de Bombeiros. Existe uma informação visual de alguns caminhões e veículos. Obviamente, esse número pode aumentar. Nós temos uma grande massa de terra sobre a pista e não temos condições de precisar quantos veículos ou quantas pessoas estavam nesses veículos — afirmou o representante da instituição.
Segundo o governo do Paraná, ao menos seis caminhões e 15 veículos foram arrastados para fora da pista. O governador Carlos Massa Ratinho Junior determinou, na manhã desta terça, a criação de um gabinete de crise para concentrar a tomada de decisões e atendimento às vítimas. A ação tem o intuito de manter a população informada diariamente sobre a situação.
O deslizamento na divisa entre Paraná e Santa Catarina, provocado pelas fortes chuvas que atingem os dois Estados nos últimos dias, aconteceu por volta de 19h de segunda-feira e atingiu os dois sentidos do km 669 da BR-376. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e concessionária estabeleceram bloqueios de segurança no trecho e não há previsão de liberação.
"Estamos sem comer desde ontem", diz caminhoneiro
Caminhoneiros que estão parados na rodovia por conta dos bloqueios afirmam que estão tendo dificuldades para ter acesso a alimentação. No local há quase 24 horas, os motoristas aguardavam, na manhã desta terça, algumas lanchonetes na beira da estrada abrirem para poder se alimentar.
— Estamos esperando as lanchonetes da lateral da pista abrirem, mas não está abrindo. Estamos sem comer desde ontem, sem janta — disse o caminhoneiro Edgar Filho.
Até a última atualização dos bombeiros, o corpo de uma pessoa havia sido encontrado na cidade de Guaratuba (PR). Um homem de 43 anos, sobrevivente do deslizamento, foi levado ao hospital de Joinville. O estado de saúde dele é estável.
Visando o resgate de desaparecidos, o Corpo de Bombeiros de Santa Catarina realiza uma megaoperação contando com cães farejadores para tentar encontrar vítimas na divisa dos dois Estados. Ainda conforme o g1, o trabalho na região é delicado e há risco de novos deslizamentos.
— É possível perceber o tamanho do estrago ali, a quantidade de veículos atingidos. Carros e caminhões. Alguns caminhões estão servindo de arrigo para uma grande quantidade de terra ainda, ou seja, se for fazer uma retirada antes de um estudo pode haver novos deslizamentos no local — explicou o secretário estadual de Segurança Pública, Wagner Mesquita.
O coronel Fernando Raimundo Schunig, da Defesa Civil, reforçou que trata-se de uma área de bastante vulnerabilidade técnica, que necessita de obras de contenção:
— Uma massa de terra é muito volume, o peso é muito grande sobre a rodovia, inclusive sob o risco da rodovia ceder, que agravaria mais o problema.
Joinville decreta estado de emergência
Joinville, a maior cidade catarinense, localizada no norte do Estado, decretou situação de emergência por causa das chuvas, informou a prefeitura na noite de segunda-feira. A cidade enfrenta alagamentos e o município abriu três abrigos, e a decisão para o decreto de emergência foi feita após sobrevoo em helicóptero da Polícia Militar.
De acordo com a prefeitura, desde sábado (26), choveu 340 milímetros em Joinville. Esse acumulado é mais do que a média esperada para o mês de novembro, que é de até 190 milímetros, conforme a Epagri/Ciram, órgão que monitora as condições meteorológicas do estado.