Mais de 1,5 mil famílias já foram atendidas com doação de lonas pela Defesa Civil e Corpo de Bombeiros em Rio Pardo, um dos municípios mais atingidos pelos temporais dessa segunda-feira (15) no Estado. Pessoas que tiveram as casas atingidas pelo granizo formam uma longa fila na frente do batalhão de bombeiros para a retirada do material desde as 6h.
— Meu brasilit se foi. O primeiro socorro vai ser essa lona aqui — disse o motorista Paulo Roberto Souza, 53 anos.
Registrada por volta das 18h, a queda de granizo ocorreu durou cerca de cinco minutos e atingiu praticamente todos os bairros da cidade, segundo o tenente Robson Lemes, coordenador da Defesa Civil de Rio Pardo.
— Trabalhei 30 anos nos bombeiros aqui e nunca vi coisa assim — diz ele.
Cerca de 30 bombeiros ajudam a fazer a distribuição e a instalação de lonas - a corporação local recebeu auxílio de equipes de Lajeado, Venâncio Aires, Vera Cruz e Santa Cruz do Sul, de onde o major Mateus Bastianello Scremin, veio para ajudar a comandar a gestão do incidente.
— A gente distribuiu lonas da Defesa Civil do município, lonas fornecidas pela Defesa Civil do Estado e adquiridas pela prefeitura de Porto Alegre. Estamos monitorando se não vai faltar — afirma.
A sede da corporação, na Rua dos Dragões, 460, Jardim Boa Vista, também recebe doação de lonas, além de alimentos não perecíveis, colchões e cobertores para o repasse, que serão distribuídos de acordo com a demanda.
"Eu chorava e rezava"
A poucas quadras do batalhão, a enfermeira aposentada Maria Terezinha Severo, 66 anos, já tinha instalado as lonas e começava a estimar os prejuízos em razão da quebra de telhas. Chamou um pedreiro para subir no telhado e contar quantas terão que ser substituídas — 12 folhas, ao total.
Pela sala e área de churrasqueira, ainda há panos no chão e baldes, usados para conter a água da chuva que entrou em casa. Ela conta que estava tomando café em casa quando ocorreu o temporal e ficou desesperada com o tamanho das pedras de gelo.
— Eu chorava e rezava, chorava e rezava — conta ela.
Maria Terezinha calcula que gastará cerca de R$ 1,5 mil para consertar o telhado, mas não está preocupada com isso:
— Só quero agradecer a Deus que está todo mundo vivo. Danos materiais a gente recupera.