A procuradora-geral de Registro (SP), Gabriela Samadello Monteiro de Barros, vê as agressões que sofreu do colega de trabalho, o procurador municipal Demétrius Oliveira de Macedo, como tentativa de homicídio.
— A impressão que deu é de que ele queria me matar, não me machucar — relatou em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, nesta quinta-feira (23).
O caso foi registrado em um boletim de ocorrência na segunda-feira (20), como lesão corporal e desacato. Embora não tenha sido detido em flagrante, Macedo foi preso nesta quinta-feira, depois que a prisão preventiva dele foi solicitada.
— Eu estava me despedindo das minhas colegas quando ele veio da sala dele e desferiu golpes violentíssimos na minha cabeça, ele dava socos e chutava, me xingando muito o tempo inteiro — recordou Gabriela.
A vítima também contou que as agressões, parcialmente registradas em vídeo, ocorreram após ela, que era chefe de Demétrius, avisá-lo de que ele seria investigado por conduta considerada inapropriada com outras colegas. Segundo a procuradora, o colega já demonstrava comportamento inadequado desde 2019, quando ocorreu uma reforma administrativa na repartição.
— Ele já vinha demonstrando sinais de que não poderia conviver em sociedade, não tinha cordialidade nenhuma — destacou.
Segundo a procuradora-geral, quando as mulheres presentes conseguiram se isolar em uma sala, Macedo teria voltado para o ambiente de trabalho dele "como se nada tivesse acontecido", até que a polícia chegou no local. Ele foi até a delegacia voluntariamente e alegou ter "sofrido assédio moral" no trabalho. Ele foi inicialmente liberado, após o depoimento.
Gabriela destacou que espera que o agressor seja condenado. Mesmo com a prisão dele, nesta quinta, ela disse temer pela própria segurança, dizendo que não sabe "se ele não vai vir atrás" dela futuramente. A procuradora revelou que gostaria de solicitar uma medida protetiva contra o agressor, o que é impossível, já que o caso não pode ser enquadrado como violência doméstica.