Municípios gaúchos contabilizam os estragos causados pela passagem da tempestade subtropical Yakecan pelo Rio Grande do Sul. Nesta quarta-feira (18), ainda havia localidades sem energia elétrica e água em decorrência do evento climático. O coordenador estadual da Defesa Civil do Estado, coronel Júlio César Rocha Lopes, avalia a situação dos locais mais atingidos pelos ventos e pela chuva:
— Tivemos ocorrências de bastante quedas de árvores em alguns municípios, principalmente na região litorânea. Também houve destelhamento de casas. O hospital de Tramandaí teve destelhamento e os pacientes da ala atingida foram transferidos para outro setor. Em Rio Grande, não tivemos grandes estragos, mas o mar avançou e cobriu as ruas — cita o militar.
Em Porto Alegre, até a tarde desta quarta, 31 bairros ou localidades seguiam sem água, em função da falta de energia elétrica. Ao menos 180 mil pontos permaneciam sem luz em todo o Estado até o final da tarde. Até a cor da água captada do Guaíba no bairro Belém Novo ficou turva, por causa dos efeitos da tempestade. O abastecimento seria normalizado até a noite desta quarta. Na noite de terça-feira (17), 46 pessoas dormiram dentro do Ginásio Tesourinha. A medida seria repetida pela prefeitura de Porto Alegre na noite desta quarta, em função da previsão de frio intenso.
O prefeito de Tavares, Gardel Araújo, afirmou, durante entrevista ao programa Gaúcha+, na tarde desta quarta, que o município estava sem energia elétrica desde as 15h do dia anterior. Ele também comentou sobre os problemas da cidade, que possui 6 mil habitantes, sendo que 2,2 mil deles vivem na área urbana.
— Está tudo parado, não temos comunicação com ninguém. As agências bancárias estão paradas, as serrarias também, está um caos. Nada está funcionando aqui — relata, salientando que há muitos postes caídos na região.
Em relação aos estragos na cidade, não houve danos materiais. Os problemas ficaram mais localizados entre Mostardas e Tavares, no Litoral Sul. O prefeito, que também reclamou da falta de informações por parte da CEEE Grupo Equatorial, informou que as aulas devem voltar ao normal nesta quinta-feira (19).
Em Bagé, na Campanha, algumas casas ficaram destelhadas, segundo a Defesa Civil. Oito imóveis receberam lonas nos bairros Damé, Santa Cecília, Arvorezinha, Menino Deus, Castro Alves e Solar São Martins. As pessoas em situação de rua da cidade foram levadas para um albergue durante a tempestade.
O vento acabou causando destruição em outros municípios. Em Três Cachoeiras, na comunidade da Vila Fernando Ferrari, o salão do ginásio da igreja desabou sem deixar feridos. Materiais de construção, como tijolos e partes de concreto, ficaram espalhados pelo chão.
Também no Litoral Norte, as prefeituras de Tramandaí e de Imbé, juntamente à administração da Fundação Hospitalar Getúlio Vargas, já avaliavam os estragos no telhado do hospital, destruído pela tempestade. Os pacientes foram transferidos para outra ala e ninguém ficou ferido. Assim que a chuva parasse, os reparos seriam feitos. Foram registrados outros destelhamentos na cidade, queda de postes e de árvores.
Situação semelhante passou Osório, que registrou portões, postes e árvores caídas, além de alagamentos em função da forte chuva. Os bairros Caravágio, Glória e Aguapés tiveram mais de 40 destelhamentos. As consultas eletivas foram suspensas nesta quarta, em função da falta de luz e água nos postos de saúde. Balneário Pinhal também teve queda de árvores e postes. Uma árvore caiu na Estrada do Mar entre Osório e Torres. Outra caiu na Rota do Sol em Três Forquilhas.
Em Rolante, no Vale do Paranhana, as aulas estão suspensas e alguns pontos do município permanecem interditados devido aos efeitos da tempestade. O nível dos rios Areia e Rolante estão subindo rapidamente e, segundo os bombeiros voluntários da região, há risco de enxurrada.
Em Rio Grande, no sul do RS, o mar recuou depois de avançar durante a tempestade. Na Barra, a água atingiu o continente e alcançou a BR-392. Laranjal e Pelotas ainda seguiam sem energia elétrica na tarde desta quarta. Ao menos seis árvores foram derrubadas pelo vento na praia do Cassino. Em outros municípios da região, a situação era parecida, com registros de quedas de árvores, postes e falta de energia elétrica.