Autoridades seguem monitorando o comportamento dos rios em parte do Rio Grande do Sul após o acúmulo de chuvas registrado nos últimos dias. Nesta quarta-feira (4) a Defesa Civil mantém o alerta para transbordamentos em pelo menos nove bacias hidrográficas que seguem em elevação, já que a previsão é de novas precipitações na metade leste do Estado.
Segundo a sala de situação da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), o maior volume de chuvas foi registrado no Norte e no Litoral Norte, o que acaba afetando o curso d´água principalmente na Região dos Vales. O Rio Taquari, por exemplo, já ultrapassou a cota de inundação em toda a parte baixa — que abrange municípios como Lajeado, Encantando, Estrela e Taquari — o que fez com que mais de 300 pessoas deixassem suas casas nessa área. Em alguns pontos, o volume atingiu a marca de 20m63cm às 10h, e seguia aumentando, embora em ritmo mais lento em relação a terça-feira (3).
O Rio Caí, que chegou a ficar próximo de transbordar em alguns pontos, já apresenta declínio, mas municípios seguem em alerta em função da previsão de novos volumes pluviais. No Vale do Sinos, o rio já se encontra com 5m62cm, mais de três metros acima do nível normal em Campo Bom, mas ainda não há risco de alagamentos. Para que comece a afetar as moradias ribeirinhas, é necessário alcançar 7m21cm.
— As bacias hidrográficas funcionam como se fossem funis. A chuva vai caindo nas bordas, e quanto mais chuva se acumula ali, mais vai escorrer para os Vales. Por isso essas regiões acabam sofrendo com a alta precipitação nos pontos mais altos — explica a hidróloga da Sema, Marcela Nectoux.
Além dos Vales, também apresentam elevação rios das regiões Norte, Serra e da Fronteira Oeste. Se encontram em condição de alerta — a última antes de atingir a cota de inundação —as bacias dos rios Uruguai (parte alta), Apauê-Inhandava, Ibicuí e Santa Maria. Em Iraí, no Alto Uruguai, a água atinge algumas ruas e balneários, mas ainda não foi necessário que pessoas saíssem de suas casas.
O Rio Ibirapuitã, em Alegrete, que já completou uma semana de cheias, segue acima da cota de inundação. As medições mais recentes apontam para uma altura de 10m80cm. Para que as 2.300 pessoas desabrigadas ou desalojadas retornem as suas casas, é necessário chegar à marca de 7m. Por isso, a Defesa Civil regional ainda não dá previsão de retorno para a população afetada.