O secretário-chefe da Casa Civil do RS, Artur Lemos, defendeu o resultado do leilão do bloco 3 da concessão de rodovias estaduais, que inclui trechos das regiões da Serra e do Vale do Caí. O processo é alvo de mobilização de prefeitos e deputados, que tentam reduzir o valor das tarifas ou convencer o Piratini a não homologar o resultado do certame.
O principal foco das queixas é o valor dos pedágios: o único consórcio interessado em assumir o bloco — com trechos de seis rodovias e que soma 271,5 quilômetros (veja abaixo) —, o Integrasul, apresentou proposta com desconto de 1,3% em relação aos preços máximos publicados no edital. Assim, a cobrança estipulada para as praças varia entre R$ 6,85 e R$ 9,83.
Ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, nesta terça-feira (19), Lemos afirmou que havia expectativa de um deságio maior. Contudo, disse que os projetos foram elaborados em 2020, quando "tínhamos outra conjectura".
— Olhamos como êxito o que foi executado (...) Neste momento, o deságio não foi aquele esperado porque ele foi consumido por tudo isso que estamos vivendo. A vida ficou mais cara para todos. Os investimentos também ficaram mais caros — afirmou.
— Dialogamos muito, foram mais de cem reuniões, mas chega o momento em que precisamos tomar uma decisão — completou Lemos.
A previsão é de que o consórcio Integrasul faça investimentos de R$ 3,4 bilhões em obras ao longo de 30 anos de concessão. Sobre o número de interessados no certame, o chefe da Casa Civil disse que outros leilões de rodovias pelo país também tiveram apenas um interessado.
— O ano eleitoral traz um componente extremamente dificultoso, mas temos convicção de tudo o que foi feito nessa gestão, ainda mais com anos de pandemia, estiagem. Mesmo assim conseguimos executar (o projeto de concessão). Faço votos de que a sociedade reconheça e tenha a visão que soluções populistas só nos levarão ao passado, onde se atrasavam os salários, atrasavam os fornecedores e enaltecíamos concessões, como no caso da EGR (Empresa Gaúcha de Rodovias), para pagar um pedágio barato, mas não ter um retorno adequado de serviços que o gaúcho merece — disse.
Ouça a entrevista com o secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos, na íntegra: