Marcelo Caraballo, nascido na Venezuela e que morava no Brasil, foi assassinado em Mauá, São Paulo na quinta-feira (3) da semana passada, por conta de uma dívida de aluguel de R$ 100. Movimentos sociais dizem que o caso é mais um episódio de xenofobia, como do congolês Moïse Kabagambe, espancado até a morte no Rio de Janeiro.
De acordo com o boletim de ocorrência, a Polícia Militar foi acionada e, conforme investigação, a vítima e o autor do crime estariam brigando. O jovem de 21 anos, que foi alvejado, seria locatário do apartamento do atirador, um homem de 41 anos.
Segundo a polícia, o suspeito fugiu depois de atirar contra a vítima. O Samu foi acionado e constatou a morte do venezuelano no local. O inquérito registrado no 1º DP de Mauá, consta como homicídio qualificado, segundo o g1.
Ao portal, o representante do Movimento Antirracista Dandara, de Mauá, André Santos, contou que Marcelo vivia com a esposa e quatro filhos, além da sogra, do irmão e da avó de sua mulher. Todos venezuelanos, moravam no terreno em que também vive o dono, que atirou contra o jovem, e deixaram o local por medo. Acolhida pelos vizinhos, a família não tinha sequer colchões e cobertas, visto que o local em que estão ainda está em construção.
O ativista do movimento vê semelhanças no caso com a morte de Moïse Kabagambe, assassinado á pauladas em 31 de janeiro, por cobrar uma dívida trabalhista — Os imigrantes são alvos vulneráveis a essas agressões, por falta de políticas públicas — afirmou André.
O movimento Base Warmis, grupo de mulheres voluntárias que atua no combate à violência e à discriminação, destaca que o caso de Marcelo é mais um episódio de xenofobia no Brasil. "No passado final de semana, enquanto nos mobilizávamos pela morte do Moïse, aconteceu outro crime de xenofobia e racismo que acabou com a vida de Marcelo, migrante venezuelano que morava em Mauá (SP). Uma e outra vez gritamos: BASTA DE XENOFOBIA, BASTA DE RACISMO! Exigimos justiça para o Marcelo e para todas as pessoas migrantes e refugiadas que perdem a vida nesse país por causa da intolerância e a falta de respeito à diversidade!", publicou no Instagram.