Subiu para 117 o número de mortos em decorrência do temporal que atingiu Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, na tarde da última terça-feira (15), conforme informações divulgadas às 19h30min desta quinta-feira (17). Segundo a Polícia Civil do Estado, há 134 pessoas desaparecidas na cidade.
Conforme informações do portal G1, cerca de 500 bombeiros trabalham nas buscas no município. Mais cedo, o Ministério da Defesa autorizou o envio de homens das Forças Armadas para a região.
— Foi a pior chuva desde 1932. Foi uma chuva altamente extraordinária — afirmou o governador fluminense, Cláudio Castro (PL), em entrevista coletiva ao lado do prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo.
A prefeitura decretou estado de calamidade pública. Em apenas seis horas, choveu mais do que o esperado para todo o mês no município.
— Realmente teremos que reconstruir a cidade. Foram mais de 200 milímetros de chuva em apenas duas horas. Atingiu o coração da cidade, o Centro Histórico, onde há maior densidade urbana — disse o prefeito ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, na manhã de quarta-feira (16).
Previsão é de mais chuva
Na manhã desta quinta, a Defesa Civil emitiu aviso de chuva forte, para os períodos da tarde e noite, na região serrana do Rio. A prefeitura de Petrópolis mantém a orientação para que as pessoas que não estão em área de risco evitem sair de casa.
Mais de 20 pontos de deslizamento foram registrados em toda a cidade — apenas no Morro da Oficina, no Alto da Serra, um dos locais mais atingidos, dezenas de casas foram soterradas. Há ainda casos de pessoas que foram levadas pelas cheias nas ruas.
Segundo as últimas informações, 372 pessoas tiveram que deixar suas casas e estão acolhidas em abrigos ou residências de parentes e amigos.
População em áreas de risco
O governador Cláudio Castro esteve na quarta-feira em diversas áreas de Petrópolis que foram atingidas pela chuva. Ele prometeu investimento para tentar tirar moradores de áreas de risco e levá-los para lugares mais seguros.
— O governo do Estado vai entrar com o que for necessário. Não será por falta de recursos que deixaremos de fazer as obras necessárias. A prioridade total é para pessoas que estejam em áreas de risco. É duro, mas vamos retirar as pessoas desses locais. Teremos uma postura corajosa para fazer o que for necessário, doa a quem doer — disse.
Castro afirmou que houve um grande investimento na região serrana do Rio, na área de contenção de encostas, nos últimos anos, mas que ainda não é o suficiente.
— O que a gente tem de entender é que existe uma dívida histórica e também o caráter excepcional dessa chuva, a maior desde 1932. Existe o déficit, e que sirva de lição para a gente agir de forma diferente — afirmou.
O governador também prometeu mais obras para minimizar o impacto e disse que o sistema de vigilância ajudou a alertar os moradores da região — caso contrário, a tragédia teria sido ainda pior, na opinião dele.
— A questão das sirenes funcionou muito bem. A Defesa Civil conseguiu salvar muitas vidas com a manutenção dessas sirenes — comentou.