A projeção dos Correios de finalizar até o fim de outubro as entregas das correspondências atrasadas no Rio Grande do Sul não vai se confirmar. Conforme dados obtidos com exclusividade por GZH, 3.301.196 objetos que já deveriam estar na casa dos destinatários ainda seguem represados. Os Correios informam que "98% das localidades do Rio Grande do Sul estão com as entregas em dia" (veja nota abaixo).
São 3.120.072 dos chamados objetos simples ainda pendentes, ou seja, faturas de empresas de telefonia, internet e planos de saúde, por exemplo, que não têm comprovante para o remetente controlar se a carta foi recebida. Há, ainda, 181.124 cargas registradas, que são correspondências como produtos comprados pela internet, intimações pelo Judiciário por meio de Aviso de Recebimento e cartões bancários, de lojas e de planos de saúde, por exemplo.
Os dados mais atualizados, obtidos por GZH, constam no sistema interno dos Correios e são referentes a 27 e 28 de outubro. A empresa não divulga os números de correspondências atrasadas.
Em 5 de agosto, reportagem de GZH mostrou que o passivo de entregas chegava a 10.691.123. De lá para cá, esse estoque baixou em 7.389.927 unidades (69,1%). Mas, mesmo com o anúncio de uma espécie de força-tarefa, com contratação de temporários, pagamento de horas extras e remanejo de pessoal, os Correios não conseguem colocar o serviço em dia. Leitores de GZH relatam a chegada de correspondências que deveriam ter sido entregues no início do ano em suas residências.
Vinte e duas das cerca de 315 unidades dos Correios que existem no Rio Grande do Sul concentram 80% das correspondências atrasadas. Procurados pela reportagem, os Correios enviaram a seguinte nota:
"Os Correios informam que 98% das localidades do Rio Grande do Sul estão com a entrega de correspondências em dia. A empresa trabalha para regularização plena do serviço, com a realização de mutirões, apoio de terceirizados, entre outras medidas.
Vale salientar que muitos dos locais que estão com as entregas a regularizar possuem numeração irregular ou inexistente, o que dificulta a distribuição.
A empresa ressalta também que a distribuição de cartas registradas, assim como a de encomendas, está ocorrendo normalmente no Estado."