A Promotoria da Infância e Juventude de São Mateus, no Espírito Santo, vai investigar se pessoas ligadas a grupos políticos pressionaram a avó da menina de 10 anos, que engravidou após sofrer abuso sexual, a manter a gestação. As informações são da reportagem do Fantástico, da Rede Globo.
A gravidez da criança foi revelada no dia 7 de agosto, quando a menina foi ao hospital, na cidade de São Mateus, se queixando de dores abominais. A menina, que morava com os avós, relatou que começou a ser estuprada pelo próprio tio desde que tinha seis anos. Ele tem 33 anos e foi indiciado por estupro de vulnerável e ameaça, mas está foragido.
No sábado (15), por determinação da Justiça, a menina chegou a ser internada em Vitória, capital capixaba, para realizar o procedimento. A equipe médica do Programa de Atendimento as Vítimas de Violência Sexual (Pavivi), porém, se recusou a realizar o procedimento.
Acompanhada de parentes, a menina, que está grávida de cinco meses, embarcou no último domingo (16) para um Estado que tem protocolo médico mais específico para interrupção de gravidez.
A criança está internada em um hospital de Recife, que foi alvo de manifestantes contra o procedimento médico, que é assegurado pela lei em caso de estupro. De acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo nesta segunda-feira (17), profissionais de saúde confirmaram a realização do procedimento.
O corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, instaurou um pedido de providências para que o Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) preste informações sobre as providências em relação ao caso adotadas pelo Judiciário local. O ministro corregedor também determinou que a Corregedoria-Geral da Justiça do Espírito Santo acompanhe e apure os fatos e remeta o resultado da apuração ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ).