Com 7.146 pessoas fora de casa devido a alagamentos causados pela chuva registrada nos últimos dias, moradores das regiões afetadas enfrentam ainda mais problemas, além dos causados pela pandemia provocada pelo coronavírus.
Conforme o coordenador da Defesa Civil no Rio Grande do Sul, coronel Júlio César Rocha Lopes, o principal item que as famílias precisam é roupa. Além disso, materiais de higiene e limpeza, colchões e alimentos também são bem vindos.
Em Porto Alegre, as doações podem ser feitas nos pontos de coleta da Campanha do Agasalho 2020, como no Centro Administrativo Fernando Ferrari (Avenida Borges de Medeiros, 1.501, bairro Praia de Belas), de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. No local, as entregas podem ser feitas no modelo drive-thru, em que não é preciso descer do carro.
Os produtos também podem ser doados em quartéis da Brigada Militar (BM) e do Corpo de Bombeiros, no Zaffari e em instituições do Sesc.
No Interior, as pessoas também podem procurar quartéis da BM e dos bombeiros, além das sedes das prefeituras.
Em Venâncio Aires, a Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Social está angariando doações para os atingidos da enchente em Vila Mariante. A prefeitura também convoca quem quiser ajudar na limpeza, reorganização das residências e recebimento de donativos para fazê-lo voluntariamente.
Os produtos doados na Capital passam por triagem e são distribuídos entre moradores da cidade e também para o Interior.
— Nós fomos surpreendidos, nos últimos dias, com dois ciclones, um que trouxe bastante vento e outro que trouxe bastante chuva. As regiões já tinham sido atingidas, e foram de novo. Por isso, esse alto número de pessoas fora de casa.
Conforme o boletim da Defesa Civil desta tarde, o município de Igrejinha, no Vale do Paranhana, é o mais afetado, com 2.007 pessoas desabrigadas ou desalojadas. O mapeamento da área atingida mostra que cerca de 510 residências foram atingidas. Na sequência, São Jerônimo tem 1.215 moradores, dos bairros São Francisco, Princesa Isabel, Lindos Ares e Centro fora de casa.
Na Capital, a cheia do Guaíba obrigou moradores a saírem de suas casas na região das ilhas. Muitos deles buscaram abrigo em residências de amigos e parentes e alguns precisaram passar a noite em automóveis. Na Ilha do Pavão, sete famílias se dividiram para dormir em um Escort, um Golf e em quatro kombis.
Para ajudar as famílias da região das ilhas, na Capital, o Hospital Moinhos de Vento lançou uma campanha. A partir de segunda-feira (13), alimentos não perecíveis e agasalhos podem ser entregues na instituição, nos postos de coleta no saguão do 8° andar do Bloco B (com acesso pela Rua Tiradentes, 333) ou na portaria de serviços pela Rua Dr. Vale. Quantias em dinheiro também podem ser doadas à instituição — mais informações podem ser acessadas neste link.
"Não temos nem roupa seca", diz morador de Lajeado
Outro município afetado pela enchente foi Lajeado, no Vale do Taquari. Na última quarta (8), um dos piores dias da chuva na localidade, o morador William Cesar Bottega, 35 anos, pegou uma canoa emprestada por um amigo e passou a noite ajudando a resgatar vizinhos das casas alagadas, junto dos bombeiros.
Idosos, adultos e crianças, além de animais de estimação, abrigavam-se em cima do telhado e esperavam por ajuda. Segundo Bottega, ele e um grupo de vizinhos auxiliaram no resgate de cerca de 25 pessoas na região.
Em sua casa, Bottega conta que a água chegou a quase dois metros de altura. A maior parte dos móveis e eletrodomésticos foram perdidos.
— Agora o que precisamos é de doações. Não temos nem roupa seca para usar.
Neste sábado (11), 700 pessoas estão fora de casa no município. Segundo a Defesa Civil local, as doações também podem ser entregues na sede da entidade, no Parque do Imigrante.
* Colaborou Guilherme Justino