A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) adotou um método inovador na América do Sul para a acolher os morcegos que ocupavam um prédio da instituição. Foi construído um novo espaço, com características de preferência dos animais, para que deixassem o estrutura que ocupavam.
O projeto surgiu em meio à conclusão de uma obra no prédio do campus Capão do Leão. O local estava sendo ocupada por uma colônia de morcegos, e houve a retirada desses animais. Conforme saem à noite para se alimentar, são vedadas as entradas dos esconderijos, impossibilitando o retorno.
Para oferecer um novo local para os morcegos, o Instituto de Biologia da UFPel se baseou nas ''bathouses'', edificações adotadas em países do hemisfério norte para resolver a situação. O espaço é construído de madeira, escuro, úmido, fechado, mas com pequenas aberturas e protegido de perturbações, proporcionando condições ideais para que os animais escolham como abrigo.
— A estrutura é toda construída pensando nas condições que os animais precisam para habitar. Nossa expectativa é de que, com o tempo, vivam naquele local, deixando o prédio da universidade e vivendo em melhores condições. Essa estrutura é bastante interessante porque evita um conflito entre os animais e os humanos — explica a professora de Ecologia Ana Maria Rui.
O sistema adotado pela UFPel é inspirado em uma construção da Universidade da Flórida. Um dos prédios da instituição americana também foi ocupado por uma colônia de morcegos após um incêndio. Para solucionar, a instituição criou o espaço para acolher os animais e, atualmente, recebe milhares de morcegos.
Segundo Ana, o projeto também permite estudar a espécie dos morcegos:
— Minha expectativa é que essa estrutura seja replicada em outros lugares do continente e torço que possamos evitar atos prejudiciais aos morcegos e também estudar o manejo da espécie em centros urbanos.