O Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul (IPE-Saúde) gasta R$ 200 milhões por ano para atender pedidos na área da saúde feitos por meio de ações na Justiça. São situações de tratamento de oncologia, de cirurgias que estão fora da cobertura do plano, medicamentos novos e o serviço de home care.
Conforme o presidente do IPE-Saúde, Marcus Vinicius Vieira de Almeida, o custo médio do home care para um idoso fica entre R$ 15 mil e R$ 25 mil, mas há casos em que o valor do atendimento pode chegar a R$ 80 mil por mês:
— Nós pagamos porque o Judiciário determina. Mas há anos temos verificado essa situação dos home care, de possíveis fraudes. O IPE sofre mais que outros planos, por ser público. Temos que pagar. Planos privados sentam com o requerente e fazem acordo do quanto pagarão e por quanto tempo.
Segundo Almeida, as suspeitas de irregularidades não estão restritas a Palmeira das Missões, cidade que teve uma alta de pedidos nos últimos anos, motivando investigação da Polícia Civil que culminou na Operação Aves de Rapina, deflagrada na manhã desta terça-feira (2).
A recente aprovação e contratação de 27 técnicos de nível superior é considerada pelo presidente como uma alternativa para minimizar fraudes no instituto.
— São nove médicos, cinco enfermeiros e três farmacêuticos neste grupo de novos profissionais. A ideia é de que possam ir para dentro dos hospitais para fiscalizar, que façam auditorias nos home care — diz o presidente.
Outra medida é a estipulação de um regramento sobre o que o IPE-Saúde pode pagar dentro desse serviço — hoje não existe essa regulamentação — e a criação de um plano suplementar com valores já destinados a esse tipo de cobertura.
Isso já ocorre, por exemplo, para quem deseja usar leitos privativos e ter isenção de custos hospitalares em caso de internação. Essas pessoas já pagam um valor diferenciado para obter o direito. O mesmo precisa ocorrer com quem pretende se beneficiar com o home care, segundo o presidente.