O Ministério do Desenvolvimento Regional confirmou nesta quinta-feira (28) o envio de R$ 287,7 mil para nove municípios do Rio Grande do Sul afetados pela estiagem. Os recursos serão utilizados para a compra de kits de alimentos e de assistência humanitária. A estiagem no Rio Grande do Sul já fez 401 municípios decretarem situação de emergência, o que representa 80% das 497 cidades gaúchas. Destes, 354 tiveram o decreto homologado pelo governo do Estado e 317 foram reconhecidos pela União. É somente após esse processo que Estados e municípios atingidos por desastres naturais podem buscar auxílio financeiro.
As cidades que irão receber ajuda e os valores destinados a cada uma são: Soledade (R$ 21,5 mil), Ivorá (R$ 11,9 mil), Júlio de Castilhos (R$ 22,2 mil), Pareci Novo (R$ 10 mil), Tapera (R$ 15,8 mil), Charrua (R$ 48,2 mil), Fortaleza dos Valos (R$ 19,9 mil), Santa Maria (R$ 60,4 mil) e Bom Jesus (R$ 77,8 mil).
Para o encaminhamento desses recursos, o ministério solicita a apresentação de um plano de trabalho. O documento precisa estabelecer como o valor será utilizado para amenizar o problema da seca.
A cidade de Nonoai, no Norte, é um exemplo de município que está trabalhando na realização de um plano de trabalho que será enviado a Brasília. De acordo com a prefeitura, a estiagem vem castigando a cidade desde o início do ano. Já são 3,1 mil pessoas afetadas pelo racionamento de água na zona rural do município, que tem cerca de 12 mil habitantes. O Executivo faz o abastecimento com caminhões-pipa e a distribuição de caixas de água.
Este é o segundo grande período de estiagem que a cidade enfrenta. O primeiro foi entre os anos de 2008 e 2009. O coordenador da Defesa Civil de Nonoai, Luís Fernando Backschat, afirma que, na atual situação, a população está mais atenta, influenciada também pela pandemia de covid-19.
— As pessoas estão mais responsáveis com o consumo de água, até por conta do coronavírus. Elas perceberam que a situação pode piorar mais para frente se não tivermos um controle agora — revela.
Na agricultura e pecuária, a estimativa da Emater é que os produtores de Nonoai tenham um prejuízo superior a R$ 18 milhões.