Geral

PM de volta ao trabalho

Bolsonaro antecipa saída das Forças Armadas do Ceará

Presidente havia prorrogado a Garantia da Lei e Ordem até sexta-feira, mas fim da paralisação de policiais militares possibilitou interromper operação

Folhapress

Ricardo Della Coletta

Com o encerramento da paralisação da Polícia Militar (PM) do Ceará, o governo Jair Bolsonaro antecipou o fim da operação que permite o emprego das Forças Armadas no Estado. O chefe do Executivo nacional publicou decreto que encerra a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) nesta quarta-feira (4). Antes, a previsão era de que o emprego dos militares na segurança pública cearense se estendesse até a sexta-feira (6).

O motim dos policiais militares teve início de 18 de fevereiro e, desde então, o Estado convive com alta nos índices de homicídio. De 19 a 27 de fevereiro, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social, foram 241 assassinatos no Estado, uma média de 26,7 por dia. De 1 e 18 de fevereiro houve 164 homicídios, média de pouco mais de nove, número semelhante ao de janeiro de 2020, que teve 261 assassinatos o mês todo. Fevereiro acumulou 405 homicídios entre os dias 1º e 27, sendo o mês mais violento no Estado desde março de 2018, quando 414 pessoas foram assassinadas.

O motim foi encerrado após negociações entre representantes dos PMs e do governo cearense. O acordo prevê que policiais terão direito a um processo legal sem perseguição e definiu pela criação de uma comissão externa envolvendo Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Defensoria Pública e Promotoria para acompanhamento.

Segundo o governo do Ceará, não há abrandamento das penas aos amotinados. Também ficou acertada a garantia de que o governo investirá R$ 495 milhões com salários de policiais até 2022.

No dia 20, os protestos tiveram repercussão nacional depois que o senador licenciado Cid Gomes (PDT-CE) levou dois tiros ao tentar invadir com uma retroescavadeira o quartel tomado em Sobral (a 270 quilômetros de Fortaleza), sua base eleitoral. Ele passa bem.

A paralisação foi encerrada após acordo dos amotinados com o governo estadual.

Diante do quadro de aumento da violência, o governo federal autorizou o envio das Forças Armadas para o Estado. A situação gerou atrito entre Bolsonaro e governadores, uma vez que o presidente sinalizou, um dia antes do primeiro prazo previsto para a GLO vencer, que poderia não renová-la. Entretanto, ele acabou prorrogando a operação até o dia 6.

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