Duas escolas de Vera Cruz, no Vale do Rio Pardo, estão sendo transformadas em capelas mortuárias. Se a primeira vista a ideia parece preocupante, o desenrolar da história pode explicar a mudança.
Segundo a prefeitura, a medida não deve causar prejuízos a comunidade escolar. Isso porque os locais já estavam desativados há cerca de dois anos.
Conforme o secretário de Obras, Saneamento e Trânsito do município, Gilson Becker, a própria comunidade procurou a prefeitura e propôs a mudança. As escolas que vão virar capelas mortuárias ficam no interior de Vera Cruz, nas localidades de Linha Sítio e Entre Rios.
— Nesses locais mais afastados, mesmo tendo cemitério e igreja, faltam espaços adequados para o velório. Essa é uma tradição forte em comunidades do Interior, o trabalho, a organização dessa despedida, é feito pela comunidade mesmo. É diferente das cidades, onde o serviço é feito por funerárias, por exemplo — explica Becker.
As escolas desativadas são de construções antigas, que consistem em um local com duas ou três salas. Os alunos desses espaços foram remanejados para instituições maiores, afirma Becker.
A reforma das escolas está sendo realizada pela secretaria de Obras. Depois, a manutenção e os custos, como contas de água e de luz, ficarão sob responsabilidade dos moradores.
Ceder escolas não é prática tão nova no município. Em 2017, uma instituição de ensino desativada foi emprestada para integrantes de uma associação que atende crianças com necessidades especiais.
No total, sete escolas — incluindo as duas futuras capelas — foram resignificadas e são utilizados por associações de produtores, de moradores e uma cooperativa de pequenos agricultores. O uso dos espaços foram aprovados pela Câmara do município.
— O objetivo principal é manter o patrimônio público. Se você deixar parado, esse local acaba se deteriorando. Assim, damos uma nova função.