A Marinha do Brasil encontrou na noite desta quinta-feira (7) mais um corpo no local onde um barco pesqueiro naufragou na praia do Cassino, em Rio Grande. A vítima será encaminhada à Polícia Civil para identificação.
Duas pessoas já haviam sido encontradas mortas logo após o acidente que aconteceu por volta das 6h desta quinta. As vítimas foram identificados como Alvori Silveira dos Santos, de 50 anos, e Alexander Xavier da Silva, de 40 anos. As causas do acidente ainda são desconhecidas.
O barco afundou nas proximidades do Farol de Sarita. Três tripulantes foram resgatados com vida. Duas embarcações da Marinha, equipe de mergulhadores e um helicóptero fazem as buscas por uma pessoa que segue desaparecida.
A reportagem de GaúchaZH foi até a região da 5ª Secção da Barra, em São José do Norte, onde mora parte dos tripulantes. E também de onde a embarcação saiu para pescar.
Em frente a um salão de beleza, numa região de pescadores, encontramos o pai do mestre do barco, que segue desaparecido. José Antônio da Rosa , de 76 anos, conversava com pescadores que passavam e perguntavam pelo filho dele, José Fernando Moraes da Rosa, de 52 anos, conhecido como Fernandinho. Seu José, como é chamado, dizia que ainda não tinha informações do filho. Uma das filhas em prantos suplicava para que o pai agilizasse o resgate do corpo do irmão, mesmo sem ter a certeza de que ele havia morrido, já que tanto a Marinha quanto a Polícia Civil não confirmam a morte de Fernandinho.
Seu José conta que ajudou a resgatar os sobreviventes. Segundo ele, todos eram pescadores experientes. Disse que assim que chegaram às margens, uma caminhonete os levou para suas casas.
— Eles estavam bem. Caminhavam tranquilos — conta o também pescador ao ser interrompido pela filha que pediu para ficarem a sós.
Os familiares também reclamavam de falta de informação. Poucos queriam falar sobre o assunto na vila de pescadores.
— Eles sempre compram aqui na venda. São pescadores experientes. É triste - relata o dono de um mercado e também pescador Guaraci Augusto da silva, 64 anos.
Há mais de 24 horas pescando
A reportagem também encontrou a casa de um dos sobreviventes. Claudiomiro Lopes da Silveira, 47 anos, estava em choque, sem condições de conversar sobre o acidente. Segundo a esposa dele, Márcia Machado, o marido e os outro seis tripulantes saíram às 2h de quarta-feira (6) para pescar corvina. Disse que o marido chega a ficar quatro, cinco dias nas águas pescando.
— Ele nunca teve um acidente de barco. Não sei o que aconteceu — ressaltou Márcia, ao dizer que não acredita que o acidente tenha ocorrido às seis da manhã, como afirma a marinha, mas durante a madrugada.
Márcia conta que o marido e seus parceiros saem para pescar somente quando o tempo está firme e não há risco para segurança da tripulação.
Pescadores que saíram juntos
Marcos Marques, 32 anos, pesca há 15 anos. Conhecia os tripulantes da embarcação que naufragou.
— Sempre pescamos juntos. Estávamos pescando juntos. Foi uma noite boa. Nós pescamos umas oito toneladas. E eles pescaram bastante — conta Marques.
O experiente José Rudinei, 65 anos, chegava ao trapiche com seu barco na 5ª Secção da Barra, às 20h. Disse que a embarcação de Fernandinho chegaria junto.
— Eu acho que é carga demais. Passei por eles e eles estavam puxando a rede. Era por volta das 18h ontem (6) — relata.
Confira a íntegra da nota
"A Marinha do Brasil (MB), por intermédio do Comando do 5º Distrito Naval, informa que encontrou, no início da noite de hoje (07), mais um corpo no local do naufrágio do barco pesqueiro. O corpo será encaminhado à Polícia Civil para identificação. A MB segue as buscas por mais um tripulante desaparecido, com uma aeronave, uma embarcação da Capitania dos Portos do Rio Grande do Sul, o Navio Patrulha Benevente e uma equipe de mergulhadores."