Há um mês, a Secretaria Estadual de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH) iniciou o processo de troca de gestão das organizações que administravam os Centros da Juventude (CJs), do Programa de Oportunidades e Direitos (POD), localizados em três municípios da Região Metropolitana: Porto Alegre, Alvorada e Viamão. Desde então, cerca de 2,4 mil jovens de quatro Centros – cada CJ atende, em média, 600 jovens – estão com as atividades paralisadas ou funcionando parcialmente.
A previsão do era de que as novas entidades assumissem os locais durante a primeira quinzena deste mês, porém, o que vem ocorrendo até o momento são apenas atividades de transição.
— Desde a decisão de não renovar os contratos com as OSCs (Organizações da Sociedade Civil), a SJCDH, através do Departamento de Políticas para a Juventude e do Escritório de Projetos, tem desenvolvido atividades de transição com os jovens, preparando-os para a nova etapa do projeto e para o evento "Social do POD", que ocorrerá no dia 7 de dezembro, no campus da UERGS — explica o diretor do Departamento de Políticas Públicas para a Juventude, Álvaro Lottermann.
Encontros voluntários
Em Alvorada, há três semanas um grupo de jovens está se reunindo no local duas vezes por semana. Mesmo que a nova entidade ainda não tenha iniciado o atendimento, a ideia é manter o contato com os colegas de oficinas e com a movimentação na única sala do prédio que está disponível para eles. O CJ funciona no mesmo espaço do Centro de Capacitação Profissional Milton Santos.
— Queremos mostrar para os jovens que ainda o CJ ainda está aqui, na esperança de que ele volte a funcionar como antigamente — relata Camila Lima, de 17 anos.
Os alunos fazem rodas de conversa e ensaiam coreografias, sem instrutor, nos dias em que estão reunidos. Também tentam se preparar para apresentação do Social POD, evento de final de ano que reúne os frequentadores dos Centros na Capital.
— Eu entrei no CJ no primeiro ano de funcionamento e me aproximei de muitas pessoas com o convívio daqui. Somos uma família e, se parássemos de vir, não teria mais movimento algum — justifica Amanda Ferreira, 17 anos.
Novo formato é adotado
Conforme Lottermann, as mudanças de gestão ocorreram devido ao entendimento de que uma reestruturação no projeto era necessária.
— A equipe da SJCDH constatou várias insuficiências técnicas nas atividades dos Centros da Juventude, que vão de rotinas de procedimentos administrativos inadequados às oficinas e cursos ministrados. A Secretaria está propondo mudanças que tornarão as gestões dos Centros mais eficientes e que darão novas perspectivas de futuro aos jovens nas atividades desenvolvidas. Propomos uma ruptura com a visão assistencialista e implantação de uma formação mais voltada à geração de renda a partir das novas tecnologias, da inovação e do empreendedorismo — argumentou.
A coordenação do programa diz, que neste momento, estão sendo discutidos com as entidades os planos de trabalho a serem aplicados nos Centros no período de um ano.
— Está sendo dada uma atenção maior a esta fase, por conta da necessária reestruturação do projeto proposta pela SJCDH. Nos primeiros meses de trabalho desta nova etapa, serão priorizadas atividades do eixo sócio-afirmativo para facilitar a integração entre os jovens e as novas equipes — completou o diretor.
CJs x novos administradores
/// Centro da Juventude de Alvorada: Instituto Eccos
/// Centro da Juventude de Viamão: CPCA Agência Besouro de Fomento Social Instituto Promover
/// Centro da Juventude Lomba do Pinheiro: Instituto Cultural São Francisco de Assis
/// Centro da Juventude Rubem Berta: Instituto de Promoção Humana, Aprendizagem e Cultura (IPHAC)
/// Centro da Juventude Restinga: Cufa (mesma entidade que já estava administrando no ano passado)
/// Centro da Juventude Cruzeiro: Associação Beneficente Amurt-Amurtel (mesma entidade que já estava administrando no ano passado)