A história do bar e restaurante Bali Hai se entrelaça com a de Xangri-lá. Atingido por um incêndio na manhã desta quinta-feira (8), o estabelecimento foi moldado à beira da praia do balneário de Atlântida e abriu as portas no verão de 1989, antes mesmo da formação do município, que se emancipou de Capão da Canoa três anos mais tarde. Ao longo de 30 verões, o local se consolidou como uma das principais referências do Litoral Norte, tanto pela gastronomia como pelos eventos realizados.
O empreendimento foi idealizado pelo empresário Wilson Dieterich. Ele e um grupo de amigos costumavam frequentar o Baronda, em Capão da Canoa, mas, com a expansão imobiliária em torno da praia, decidiram buscar um novo lugar para o lazer. Foi na beira da praia de Atlântida que Dieterich encontrou o endereço para erguer o negócio dos seus sonhos. A inspiração para o nome do local veio após Dieterich passar uma temporada na Polinésia Francesa.
— Antes do Bali Hai não havia nada naquela região. Começou como um pequeno quiosque e foi crescendo, crescendo, crescendo — recorda Augusto Smaniotto, presidente da Associação Comercial e Industrial de Capão da Canoa e Xangri-lá (ACICC).
Além das atrações gastronômicas e das festas e shows organizados, outra marca do Bali Hai era a arquitetura. Frequentador do Litoral Norte desde os anos 1960, o jornalista Gilberto Leal lembra que o local viveu seu auge entre o final dos anos 1990 e o início dos 2000, mobilizando milhares de pessoas em datas como Réveillon e Carnaval.
— Com o crescimento das casas noturnas em Atlântida, na avenida central, o movimento foi diminuindo um pouco. O público diminuiu em razão da própria diversificação de atividades em Atlântida — constata.
Mesmo fora da administração do estabelecimento há quase uma década, Dieterich ficou bastante abalado com a notícia do incêndio, conforme relata o advogado Tiago Aguilar.
— Passei a manhã com o Wilson e ele está muito emotivo. O Bali Hai foi um sonho que o Wilson idealizou com outros amigos e hoje foi o fim. O estrago foi muito grande — conta Aguilar, amigo do fundador do Bali Hai.