MANAUS, AM (FOLHAPRESS) - Um caminhão-tanque a serviço do Ibama foi incendiado por madeireiros nesta quinta-feira (4) perto da vila de Boa Vista do Pacarana, a 592 km a sudeste de Porto Velho. A Polícia Federal e a Polícia Militar foram acionadas para resgatar o motorista e os agentes do órgão ambiental federal.
O caminhão-tanque transportava querosene de aviação e estava sendo usado para abastecer helicópteros do Ibama em operação na região.
Um caminhão-tanque a serviço do Ibama foi incendiado por madeireiros nesta quinta-feira (4) perto da vila de Boa Vista do Pacarana, a 592 km a sudeste de Porto Velho Divulgação Um caminhão-tanque a serviço do Ibama foi incendiado por madeireiros nesta quinta-feira (4) perto da vila de Boa Vista do Pacarana, a 592 km a sudeste de Porto Velho. A Polícia Federal e a Polícia Militar foram acionadas para resgatar o motorista e os agentes do órgão ambiental federal. Segundo fontes policiais, o motorista foi rendido e retirado do veículo, que em seguida foi incendiado. Ninguém ficou ferido. A região é vizinha a duas terras indígenas, Roosevelt e Sete de Setembro, de onde os criminosos roubam a madeira.
Servidores do Ibama e do ICMBio têm relatado uma crescente hostilidade de criminosos ambientais desde a eleição do presidente Jair Bolsonaro (PSL), que tem acusado os agentes dos órgãos ambientais de promover uma "indústria de multa" e de ser um entrave ao desenvolvimento.
Em 12 de abril, Bolsonaro desautorizou uma operação em andamento do Ibama na mesma região do ataque desta quinta. Em vídeo gravado e distribuído nas redes sociais, ele acusou "o pessoal do meio ambiente, do Ibama" e "queimando caminhões, tratores" nos municípios de Cujubim, onde fica a Flona do Jamari, e de Espigão d'Oeste, município ao qual pertence Boa Vista do Pacarana. "Ontem, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, me veio falar comigo com essa informação. Ele já mandou abrir um processo administrativo para a apurar o responsável disso aí. Não é pra queimar nada, maquinário, trator, seja o que for, não é esse procedimento, não é essa a nossa orientação", disse à época.
Diferentemente do que afirma Bolsonaro, a legislação permite a destruição de equipamentos e veículos apreendidos durante fiscalização ambiental, por meio do artigo 11 do decreto 6.514, de 2008.
Procurado pela reportagem, o Ministério do Meio Ambiente não prestou nenhum esclarecimento sobre o ataque até a conclusão deste texto. Desde o início do ano, o ministro Ricardo Salles proibiu que o Ibama e o ICMBio atendam a solicitações da imprensa.