Uma cachorrinha teve partes do rabo e de uma das patas cortadas durante um furto em uma residência no bairro Canabarro, em Teutônia, no Vale do Taquari. Além de praticar as agressões, eles levaram um micro-ondas e um forno elétrico.
Nina, como é chamada a cachorra, estava sozinha quando os criminosos invadiram o local na noite de sexta-feira (28). Os moradores só retornaram à residência no sábado (29), quando acionaram a Brigada Militar.
O caso, que chocou a comunidade e os policiais que atenderam a ocorrência, é investigado pelo delegado Alex Edmundo Assmann:
— Parece uma atitude motivada por maldade, porque ela não parece ser uma cachorra brava. Não tem como afirmarmos com certeza, mas não parece que ela tenha atacado os criminosos. É uma cachorrinha doméstica, não é um animal bravo, que ofereça risco — afirma.
O inquérito está em andamento e a polícia tem dois suspeitos, que não tiveram os nomes revelados. Não há câmeras de segurança perto do local, o que dificulta a investigação.
De acordo com Assmann, o crime de maus-tratos animais tem pena de até um ano de detenção, mas normalmente são revertidos em prestação de serviços. Já o de furto pode chegar a pena de prisão de até quatro anos.
"Maldade muito grande"
Conforme voluntários da Associação Protetora dos Animais de Teutônia (Apante), que foram chamados por policias na residência para atender Nina, não foi possível recuperar e recolocar a pata do animal. Ela também ficou sem parte do rabo.
— Segundo a veterinária, ela perdeu muito sangue e o ferimento já estava necrosando. Achamos que o corte foi feito com uma faca ou machadinho. Eles começaram a cortar ela, mas depois arrancaram, talvez porque estivesse sem fio. É uma maldade muito grande — explica uma integrante do grupo, Aline Taís Wiebusch.
A cadela também teve um dente quebrado e tem feridas pela boca: machucados que podem ter sido feitos ao atacar os criminosos ou ao tentar se defender.
Doações
Com a saúde da cachorrinha estabilizada, a Apante se preocupa agora com as despesas devido ao tratamento e internação de Nina, que giram em torno de R$ 2,8 mil. Em sua página oficial no Facebook (link), a associação divulga uma conta para quem quiser fazer doações.
— Ela tem o olhar triste, acho que sente muita dor. Está tomando antibióticos e vitaminas. Ficou internada de sábado até terça. Daqui uns dias, vai tirar os pontos — afirma Aline.
O casal que mora na casa estaria em processo de mudança e por isso teria deixado a cachorra sozinha por um período. A ONG afirma que irá aguardar a conclusão das investigações para decidir com quem ela vai ficar. Agora, a cadelinha se recupera em um lar temporário.