O pai de Evandro Schwirkowski ainda não consegue acreditar que o filho pode ser uma das vítimas da tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais. Maurício Schwirkowski, 51 anos, recebeu a visita de peritos do Instituto Geral de Perícias (IGP) na semana passada, em Corupá, para coleta de material genético. O objetivo é confrontar o resultado com o DNA já coletado de uma vítima do rompimento da barragem.
— Quando eles (peritos) viram minha foto disseram que é 99% de chance de ser ele. Tenho quase certeza de que não é e tenho fé que não seja, mas todo mundo me diz que é ele — diz.
Em entrevista à NSC TV, Maurício contou que o IGP também o acompanhou até o sítio onde Evandro morava. No local, ele ajudava o pai a cuidar da plantação de bananas e flores. Os peritos recolheram para análise uma touca, um boné e as escovas de dente que eram usadas pelo jovem.
Maurício não tinha contato com o filho desde antes do Natal, quando Evandro foi morar com o companheiro em Florianópolis. O pai não sabe dizer o motivo dele ter saído de casa, mas garante que não o expulsou e respeitava a orientação sexual do jovem. Ele até tentou fazer contato por telefone, mas disse que o filho não respondia e chegou a trocar o chip do celular.
A família acreditava que Evandro estivesse morando na capital catarinense. No entanto, o companheiro dele, Edemilson de Jesus Silva, 34 anos, conta que os dois se mudaram no dia 4 de janeiro para Salvador (BA), onde tinham pessoas conhecidas
Como o corupaense não se adaptou à capital baiana, ele teria se mudado para Brumadinho em busca de emprego em uma cidade mais calma. O catarinense estaria hospedado em uma pousada atingida pelo rompimento da barragem no dia 25 de janeiro.
O companheiro permaneceu em Salvador e foi quem entrou em contato com as autoridades de Brumadinho para avisar que Evandro estaria na região. O pai não desconfiava que o filho poderia estar na cidade mineira.
— Ele sempre falou para mim e para a falecida mãe que o destino dele era Minas Gerais. Isso ele sempre falava que queria ir para lá, mas não sei o porquê — conta Maurício.
Evandro era o único filho do agricultor. Ele perdeu a mãe há cerca de seis anos. O pai conta que o jovem era trabalhador, mas não gostava de ficar muito tempo em um mesmo lugar.
Caso a suspeita sobre o filho ser uma das vítimas de Brumadinho se confirmar, Maurício espera que o corpo seja levado para Corupá. No entanto, não sabe o que fará daqui para frente.
— Eu estou muito chocado, triste e abatido. Não sei o que vou fazer agora, mas tenho que seguir a vida tendo em fé em Deus.