O helicóptero que caiu em São Paulo ao meio-dia desta segunda-feira (11), matando o jornalista Ricardo Boechat, estava com seus documentos em dia e apto a voar, de acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Boechat era passageiro num Bell, helicóptero fabricado em 1975 e com capacidade para quatro pessoas. Apesar de antiga, a aeronave estava em dia com os dois principais documentos que avalizam a capacidade de voo. Um deles é o Certificado de Aeronavegabilidade (CA), documento que comprova que uma aeronave está com sua condição de aeronavegabilidade validamente verificada, devendo estar sempre a bordo da aeronave em uso.
Dele constam, ainda, as informações relativas ao operador. Nos termos do art. 114, do Código Brasileiro de Aeronáutica, "Nenhuma aeronave poderá ser autorizada para o vôo sem a prévia expedição do correspondente certificado de aeronavegabilidade, que só será válido durante o prazo estipulado e enquanto observadas as condições obrigatórias nele mencionadas (artigos 20 e 68, § 2°)".
O Bell tinha CA válido até 09/05/2023.
O outro documento é a Inspeção Anual de Manutenção (IAM), teste a ser realizado a cada 12 meses, que certifica as condições de aeronavegabilidade das aeronaves, seus componentes e equipamentos. No caso do Bell que conduzia Boechat, o IAM era válido até 16/05/2019. Ou seja, estava em condições de voo. A aeronave, pertencente à RQ Servicos Aéreos Especializados Ltda, estava capacitada também para voos noturnos.
A RQ, no entanto, não tinha autorização para atuar como táxi aéreo. Apenas para realizar serviços de fotografia aérea, segundo a Anac.
Como o clima e as condições de visibilidade estavam bons em São Paulo na hora da queda, as autoridades trabalham com probabilidade de pane no motor, como provável causa do acidente. Na queda, a aeronave atingiu um caminhão pertencente a uma empresa de Caxias do Sul (RS).